Este tratamento sofre rejeição porque foi “construído” ao tempo da escravidão e é o resultado de violentações cometidas pelos brancos às mulheres ou meninas negras ou índias. O mulato seria o resultado dessa mistura, produto de um estupro... Socialmente, o mulato trazia, portanto, uma mácula... Era visto como “não puro”, filho da violência sexual contra as mulheres e da “imprevidência”.
Mulato refere-se a Mula, similar à égua ou ao cavalo... Jamais um “animal de porte”... Visto como “mula”, a pessoa era considerada pouco mais que um “animal com atos humanos”.
A mulata, a partir deste raciocínio, seria semelhante à mulher branca... Sem jamais se tornar uma mulher branca... A concepção se relaciona sempre àquela que inspira desejos devido à sua sensualidade e sexualidade... Uma mulher que não era indicada para o casamento, mas que poderia servir aos homens brancos em seus mais apetites mais depravados e realizáveis apenas “fora do lar”.
Outro termo que é visto com ressalvas é o de Preto, que também foi forjado ao tempo do colonialismo escravista... Muitos estudiosos o “traduzem” como “negro bom”, “ajustado” ao sistema e, assim, “não oferece resistência” e aceita sua condição... Portanto, um alienado, um “negro de alma branca”.
O movimento Hip Hop procura dar um sentido ao termo... Neste caso, a consciência étnico-racial “vem atrelada à cor da pele”... O importante é se identificar como preto que tem atitude... é a mesma positividade que o termo Black tem nos Estados Unidos... A mesma positividade dos termos Afro-Brasileiro ou Afro-Descendente.
Um abraço,
Prof.Gilberto