segunda-feira, 13 de junho de 2011

Liberdade, de Fernando Pessoa

Nesta data, em Lisboa, no ano de 1888, nascia Fernando Pessoa...
Na adolescência possuía trechos de seus poemas nas paredes de meu quarto escuro... Eles eram a minha companhia... Sabia declamá-los. Gostava mais dos trechos amargos. Mas também gostava dos que lidam com o mundo a partir da simplicidade... Tudo isso tem uma explicação... Mas isso, agora, não interessa... Não.



Liberdade - Fernando Pessoa

Ai que prazer
não cumprir um dever. Ter um livro para ler e não o fazer!
Ler é maçada, estudar é nada. O sol doira sem literatura.
O rio corre bem ou mal, sem edição original.
E a brisa, essa, de tão naturalmente matinal como tem tempo, não tem pressa...
Livros são papéis pintados com tinta.
Estudar é uma coisa em que está indistinta
A distinção entre nada e coisa nenhuma.

Quanto melhor é quando há bruma.
Esperar por D. Sebastião, Quer venha ou não!
Grande é a poesia, a bondade e as danças...
Mas o melhor do mundo são as crianças, Flores, música, o luar, e o sol que peca
Só quando, em vez de criar, seca.
            E mais do que isto É Jesus Cristo, Que não sabia nada de
            finanças, Nem consta que tivesse biblioteca...

Um abraço,

Prof.Gilberto

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