domingo, 5 de fevereiro de 2017

“Santos-Dumont na Coleção brasiliana Itaú” – exposição do Instituto Itaú Cultural – um pouco a respeito da exposição e sobre os primeiros balões de Santos Dumont; o prêmio Deutsch e a versatilidade do nº 9 – parte III

Talvez seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2017/02/santos-dumont-na-colecao-brasiliana_5.html antes de ler esta postagem:

Santos Dumont projetou muitos balões.
Depois do nº 1, seguiram-se vários outros... Todos numerados... Tamanhos e formatos diversificados (charutos, cilindros...). Utilizou hidrogênio e depois “gás de iluminação”.
Com o Santos Dumont 3 realizou manobras incríveis! No final de 1899 construiu um hangar na localidade de Saint-Cloud. Organizou uma estrutura capaz de atender as necessidades de manutenção das máquinas. Foi ali que projetou e aperfeiçoou o seu nº 4 (com peças de bicicleta – selim, guidão, pedais...).
Tantas façanhas vinham sendo realizadas que os membros do Aeroclube de Paris se animaram a partir para “voos mais ousados”. Incentivos não faltavam! Deutsch de la Meurthe ofereceu um prêmio de cem mil francos ao primeiro que partisse de Saint-Cloud, sobrevoasse ao redor da torre Eiffel e retornasse ao ponto de decolagem no intervalo de trinta minutos... Este concurso se estenderia por cinco anos.
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Santos Dumont animou-se... Vinha buscando a dirigibilidade dos balões com afinco. Mas adoeceu e retirou-se em Nice. O desafio estava lançado e vencê-lo representava um feito heroico. Mas o inventor entendia que, mais do que glórias ao vitorioso, o feito proposto pelo “Prêmio Deutsch” tinha o mérito de possibilitar autonomia dos aeronautas em seus voos. É por isso que também ele lançou um prêmio no valor de quatro mil francos para quem realizasse a proeza ainda que depois dos cinco anos estipulados... Evidentemente ele se excluiu dessa premiação.
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Após recuperar a saúde, Santos Dumont engajou-se tentativa de cumprir o desafio do “Prêmio Deutsch”... Não obteve êxito com o nº 4 e tampouco com o nº 5.
No dia 12 de outubro de 1901 ocorreu o voo do nº 6 e a operação deu-se em bem-sucedida, todavia aconteceu que o aparelho pousou um minuto após o estabelecido pelo concurso. A comissão julgadora concluiu que Santos Dumont era o vencedor por considerar que o nº 6 ultrapassou a linha demarcatória no tempo regulamentar.
O prêmio obtido foi distribuído... Cinquenta por cento foram entregues aos mecânicos e assistentes... A outra metade Dumont entregou à polícia para que fosse repartida entre os desempregados da cidade.
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Santos Dumont recebeu homenagens e mais ainda se tornou reconhecido por seus feitos... A princesa Isabel já o agraciara com uma medalha de São Bento... Thomas Edison enviou-lhe carta com os cumprimentos... Autoridades de todo o mundo o visitaram ou o contataram para contratar seus préstimos... Literatos, como Júlio Verne escreveram-lhe.
Após o grande feito com o nº 6, Dumont deu prosseguimento aos seus projetos. O que mais chamou a atenção foi o nº 9, denominado Balladeuse, o qual era utilizado como “transporte particular”. De fato, o inventor ia de um lugar a outro com o aparelho que parecia ter potencial para se tornar um “veículo de massa”. Conta-se que numa ocasião o aeronauta pousou o seu veículo durante o trajeto apenas para servir-se de um café num bar.
Em 1905 Santos Dumont construiu o nº 14, um balão de aperfeiçoada concepção. Ao mesmo tempo desenvolveu o projeto de um aeroplano que, mesmo sendo mais pesado do que o ar, tivesse condições de decolar graças a um motor a gasolina.
Um abraço,
Prof.Gilberto

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