domingo, 5 de fevereiro de 2017

“Santos-Dumont na Coleção brasiliana Itaú” – exposição do Instituto Itaú Cultural – um pouco a respeito da exposição e sobre as primeiras experiências de Santos Dumont – parte II

Talvez seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2017/02/santos-dumont-na-colecao-brasiliana.html antes de ler esta postagem:

É verdade que desde o final do século XVIII faziam-se experiências com o intuito de “dar asas aos humanos”... Complicados mecanismos eram acoplados às costas como se fossem asas... Grandes balões eram tecidos e testados para a utilização no transporte de pessoas e cargas... Sabe-se que, conforme o tempo passou, balões também foram utilizados em conflitos bélicos.
O maior problema dos que se engajavam em projetos aeronáuticos era a impossibilidade de conduzir os balões, já que eles percorriam trajetórias “ao sabor dos ventos”. O século XIX foi marcado por algumas experiências que anexavam motores e hélices aos balões... O peso dos equipamentos adicionais inviabilizava os projetos.
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Em 1891, Santos Dumont teve oportunidade de conhecer Paris e toda a sua efervescência cultural, filosófica e tecnológica. Encantou-se com o motor de combustão interna e sua utilização em automóveis... Não foi por acaso que insistiu com o pai para que comprasse um Peugeot e trazê-lo ao Brasil.
Santos Dumont não tinha dezoito anos completos quando obteve do pai emancipação jurídica e sua parte da herança.
Retornou a Paris, onde contatou excelentes professores... Seu interesse eram os balões e a mecânica. Sem prestar conta de seus atos aos mestres ou aos parentes mais próximos, Alberto Santos Dumont entrou em contato com homens que realizavam voos experimentais...
Estava no Rio de Janeiro quando leu a respeito do balão elaborado pelo famoso engenheiro francês Henri Lachambre. Foi num de seus balões que sobrevoou Paris pela primeira vez.
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Dois anos antes do final do século XIX, Dumont podia ser visto em balões, participando de corrida de automóveis ou organizando um desses eventos. Encomendou um balão à equipe de Lachambre e deu-lhe o nome de Brasil... Ele mesmo o havia desenhado... Era um lindo aparelho e se diz que lembrava a uma grande “bolha de sabão”. Dizia-se também que o equipamento era tão prático que podia ser carregado numa mala.
Um amigo caricaturista cuidou de fazer sua publicidade e aos poucos as ocasiões de pilotagem se tornaram concorridas.... Sua figura tornou-se popular e o modo de se vestir e de acomodar o chapéu panamá chamaram a atenção de todos... Ele tornou-se dono de um “estilo próprio”, também isso uma “invenção” de acordo com a exposição.
Seus feitos recebiam os mais inflamados elogios.  Mas não eram poucos os que o consideravam “ousado demais” e “delirante das ideias”... Sem que tivesse tempo para rebater críticas dessa natureza, concentrou-se em seu grande objetivo: a dirigibilidade dos balões. E foi por isso que fez adaptações em motores a explosão.
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Depois de experimentar motores menores e de adaptá-los, desenhou o Santos Dumont 1. Este foi o seu primeiro dirigível... A primeira tentativa de voo ocorreu em setembro de 1898 e deu-se em mal sucedida principalmente por causa de seus assistentes que insistiram que a manobra devia ser convencional como a utilizada pelos balões sem motores... Não houve decolagem porque um choque contra as árvores danificou o balão.
Na segunda tentativa o Santos Dumont 1 demonstrou dirigibilidade satisfatória... Todavia apresentou uma falha durante o pouso e o piloto correu sério risco. Foi com habilidade que conseguiu orientar alguns jovens para agarrarem a corda arremessada e puxarem o balão a um sítio seguro.
Nos anos seguintes Santos Dumont realizou muitos outros voos... Correu riscos, enfrentou perigos diversos. Mas era ousado e não se intimidava com a aproximação do fim do dia ou das tempestades. Suas iniciativas renderam narrativas interessantíssimas, tudo devidamente documentado e exposto em “Santos-Dumont na Coleção brasiliana Itaú”.
Um abraço,
Prof.Gilberto

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