Arrasados moral e fisicamente, os jovens foram pegos numa emboscada que vitimou dois companheiros...
Os sobreviventes penetraram na mata mais uma vez...
Durante a noite ocorreu a fuga de Perucho e Forte (Peruchín e Ferte)... Estes tipos não tinham para onde ir e permaneceram perambulando em círculos pela floresta. Dessa forma acabaram reencontrando o grupo... Já não tinham armas e traziam panos brancos à testa...
(...)
Sem dúvida, uma situação lastimosa.
Os réus eram pouco mais que dois esqueletos trajando
trapos imundos... O resto do grupo não passava de uns esfomeados que ardiam em
febre.
O comandante era o único que tinha forças para discursar e deixar claro
que os traidores haviam abandonado “a causa na hora da maior dificuldade”. Ele
deixou claro que ali estava o destacamento do Exército de Libertação Nacional,
desonrado pela traição...
Sendo assim, o “Revolucionário Tribunal Militar” condenava-os à morte
por fuzilamento.
(...)
Sem dúvida, uma situação lastimosa.
Os cinco fariam o serviço que os “rangers” treinados pela CIA não
executaram simplesmente porque aqueles dois trapos não tiveram forças e não
conseguiram encontrar o “caminho para o paredão”.
A sentença proferida pelo
comandante foi cumprida...
Ele mesmo era o único que
tinha alguma força para realizar a execução... Seus quatro comandados não
conseguiam descolar seus corpos do chão frio da floresta... E foi nessa posição
que ouviram os disparos que arrancaram o resto de vida de Perucho e Forte.
(...)
Algumas horas depois,
Cristian também morreu... Ele entrou em colapso e à noite foi atacado por
convulsões... Dormiu e não mais despertou.
No dia seguinte, em vez dos dois corpos dos traidores, os que ainda
respiravam contemplaram três...
Cristian resistiu até o
último momento pelo causa.
Mas não havia diferenças entre eles.
(...)
Os quatro que restaram eram: o comandante Chato Peredo, Marmeto, Davi e
o próprio Guillermo Veliz.
Eles voltaram a marchar pela floresta.
Mas dessa vez seguiam com o peso das execuções em suas consciências.
Para complicar ainda mais, não tinham a menor ideia de para onde estavam
seguindo... Além disso, tinham de parar diversas vezes porque Marmeto estava
esgotado fisicamente.
Ele mesmo pedia para que o deixassem pelo caminho e assim poderia morrer
sozinho.
(...)
À noite chegaram “ao topo da colina mais alta da região”...
Avistaram bela paisagem
cortada por um rio...
Em meio à exuberante floresta havia um povoado.
Leia: A
Guerra do Futebol. Companhia das Letras.
Um abraço,
Prof.Gilberto