domingo, 24 de fevereiro de 2013

“Ei! Tem alguém aí?”, de Jostein Gaarder – outras semelhanças; descobertas maravilhosas; a visão, a comunicação, o pensamento; uma diferença, “leitura de pensamentos”

Talvez seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2013/02/ei-tem-alguem-ai-de-jostein-gaarder-os.html antes de ler esta postagem:

Joakim e Mika prosseguiram conversando sobre as descobertas que faziam. Trataram da importância dos sentidos e apreciavam as semelhanças entre os dois... Foi o garoto do espaço quem atentou para umas pequenas flores que cresciam entre as rochas do elevado lugar (o montinho) onde estavam... Joakim observou que o outro aproximava as flores dos olhos... Disse que é para isso mesmo que temos os olhos... Falaram sobre a maravilhosa possibilidade de enxergarmos... Já era o entardecer e Mika podia fitar o sol avermelhado (bem diferente do que ocorreu pela manhã), então disse que graças à visão podiam encontrar comida com mais facilidade e se protegerem de perigos... Mas isso é “o básico” porque, enxergando, podemos olhar tudo o que existe... O espaço sobre nós pode ser contemplado e nos levar a reflexões diversas... Podemos olhar as expressões e os olhos das outras pessoas e perguntar sobre o que elas pensam... Joakim ouviu a tudo isso e considerou sobre a grata possibilidade de se posicionarem ali e poder ver o mar, os recifes e outras paisagens marítimas.
Mika voltou a falar sobre o ovo, “um milagre”. Disse mais dessa vez... Falou que era maravilhoso saber que dentro dele havia toda a potencialidade do “vir a ser”... É apenas um ovo, mas em seu interior um ser com dois olhos se formará, e com aqueles olhos descobrirá o mundo... O ser já é, em si, parte daquele mesmo mundo... Sem dúvida, algo maravilhoso de se pensar. Joakim refletia sobre a verdade daquelas palavras e sobre a realidade humana, quer dizer, entre os terráqueos é dentro da barriga de uma mãe que aquela maravilha se processa.
Mas Joakim nada falou sobre o que pensava, e ouviu o amigo dizer que, de fato, eram muito parecidos. E, como que sintetizando o que vinham falando há algum tempo, observou que ambos podiam ouvir, distinguir sabores e cheiros, senti-las a partir do tato e enxergar... E que ser dotado desses sentidos deve fazer muita diferença, pois eles nos dão vantagens, e isso deve ser valioso em qualquer parte do universo... Notaram que outros animais possuem características semelhantes, porém eles não se parecem nada com os humanos ou os evoluídos mumbos de Eljo.
Pensaram sobre isso e falaram sobre a mudança que há milhões de anos aconteceu, quando os antepassados de ambos deixaram de usar quatro pernas para se locomoverem... Permanecendo de pé, seus membros dianteiros se desenvolveram e se tornaram braços com mãos dotadas muitas habilidades a se desenvolverem no decurso da existência da espécie... Joakim perguntou o porquê dessa configuração (dois braços e duas pernas) e não outra... O menino viu a deferência do amigo, que disse que tanto os semelhantes a Joakim quanto os de Eljo descendiam de animais de quatro pernas... Joakim relacionou as palavras do garoto do espaço à constatação de que os anfíbios só têm quatro patas, “o suficiente para duas pernas e dois braços”... Mas achava estranha a coincidência de os dois descenderem de criaturas de quatro patas... 
Como que adivinhando as reflexões de Joakim, Mika disparou que se tivessem mais pernas ou braços não fariam muito mais coisas do que as que já eram capazes de realizar... A ”configuração” dos humanos e a dos mumbos de Eljo é o suficiente para garantir a continuidade da espécie...
Neste ponto do texto que Joakim escreve para a pequena Camila, ele se mostra mais uma vez encantado com as descobertas daquele encontro com o garoto espacial... Destacou que os anfíbios já possuíam todos os atributos que viriam a se concretizar no que é o ser humano... Ao rastejarem para fora dos mares com suas quatro patas levavam em si os genes que permitiram a evolução... Um “pequeno rastejar” que resultou no que viria a ser a humanidade.
Mika lembrou que tanto nos mumbos quanto nos humanos houve a evolução do cérebro na medida em que as mãos fabricaram utensílios, armas e outros objetos importantes para a manutenção da vida... Essas habilidades permitiram que humanos e a principal espécie de Eljo levassem muita vantagem sobre as espécies que permaneceram com braços e mãos ociosos.
Os dois concordavam cada vez mais que eram mesmo muito parecidos... E foi Mika quem se arriscou a eleger a principal semelhança entre eles: a capacidade de pensar, que foi desenvolvida no decorrer de bilhões de anos... Joakim concordou e relacionou essa capacidade ao tamanho das cabeças de ambos... O amigo do espaço mostrou preocupação ao dizer que por causa dessa característica (e do modo como os humanos nascem) a mãe de Joakim poderia sofrer durante o nascimento do irmãozinho... Joakim emendou que no hospital há pessoas preparadas para ajudar no parto... Abanando animadamente os dedos, Mika concordou que a comunicação é outra característica muito importante e comum entre os dois.
O menino do espaço logo pensou na condição favorável de viajar pelo espaço contando com o recurso da comunicação... Joakim associou isso à conhecida frase do astronauta Armstrong ao iniciar os passos na Lua (e pensou: Um pequeno passo para o homem...). E não é que Mika disse que se tratava de um grande passo para o homem? Isso obviamente surpreendeu o menino terráqueo, que perguntou o que o outro dissera... Mika não só repetiu o início da frase como a completou (Um passo gigantesco para a humanidade).
Joakim quis saber como que Mika sabia daquilo... Não só era coincidência demais, como ainda não tinha falado nada sobre a viagem da Apolo 11... Mika pediu desculpa e falou que não pôde se controlar... Em Eljo, os de sua espécie têm a capacidade de ler os pensamentos uns dos outros sem diálogos... E Mika considerou muito interessantes as reflexões do amigo. Ele explicou ainda que era graças a essa capacidade que conseguia aprender sobre o planeta Terra com a conversa do dia e falar a mesma língua de Joakim. Ele revelou que estivera “lendo” os pensamentos do amigo.
Joakim deu de ombros... Falou que enfim descobriram algo em que não eram semelhantes, pois, até onde sabia, os humanos não têm a capacidade de “ler pensamentos” uns dos outros.
Continua em http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2013/03/ei-tem-alguem-ai-de-jostein-gaarder-uma.html
Leia: Ei! Tem alguém aí? Companhia das Letrinhas.
Um abraço,
Prof.Gilberto

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