terça-feira, 17 de janeiro de 2017

“A Volta ao Mundo em Oitenta Dias”, de Júlio Verne – da “Coleção eu Leio”* – acertando os poucos detalhes para a longa viagem; tempo para a caridade; despedindo-se dos companheiros de Reform Club

Talvez seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2017/01/a-volta-ao-mundo-em-oitenta-dias-de_19.html antes de ler esta postagem:

A aposta estava feita... O tempo que separava Phileas Fogg de seu trem era suficiente para mais algumas partidas de uíste.
Às 19:50, depois de ganhar uns “trocados” dos companheiros de jogo, ele retornou para casa.
(...)
Passepartout se espantou com a chegada antecipada do patrão. Este, sem maiores explicações, seguiu para o seu quarto e chamou o criado.
Passepartout não conseguia entender como em seu primeiro dia de trabalho a tão solidificada rotina de seu senhor havia sido quebrada.... De tanto que pensava nisso deixou de dar atenção ao chamamento.... Foi preciso que Fogg o chamasse novamente.
Seguiu-se a reprimenda pela demora. O criado explicou que a chegada antecipada do patrão contrariava os registros deixados por ele mesmo no quadro de horários.
Rapidamente Fogg revelou que tinha planos de viajar e que precisava pegar o trem para Dover. Certamente o francês não esperava tal novidade e ficou como que alarmado.... Quis saber para onde Phileas Fogg desejava partir.
Sem rodeios Phileas Fogg respondeu que ambos dariam a volta ao mundo. Isso deixou Passepartout ainda mais atônito... Ele demorou um instante para que percebesse que também fazia parte do plano de viagem. Perguntou a respeito das roupas que deveria separar para a bagagem.
Phileas Fogg esclareceu que não levariam muito... Precisavam apenas de um “bolsa de viagem”... Poucas vestimentas seriam necessárias.
Enquanto Passepartout se virava para atender ao requisitado, seu patrão lembrou-lhe que não podia se esquecer da capa de chuva.
(...)
Não é difícil pensarmos no quanto Passepartout se apavorou com as novidades trazidas por Phileas Fogg. Não foi por acaso que antes de organizar a bolsa, matutou ainda por um breve tempo... Enquanto ajeitava os poucos itens da bagagem pensava consigo mesmo que o patrão não passaria de Paris.
A mudança brusca era mesmo de se estranhar. Como explicar que o aristocrata dado a uma rígida disciplina marcadamente caseira, de repente saísse com aquela ideia de viagem pelo mundo?
Passepartout desceu ao encontro de Phileas Fogg.... Este o esperava com um guia debaixo do braço. Pegou a bolsa que o criado carregava e colocou nela um punhado de libras, aceitas no mundo inteiro.
Mais uma vez vemos o gentleman satisfeito com o domínio inglês e o quanto isso era benéfico a homens como ele.
Não havia muito a se conferir... Fogg verificou rapidamente a bagagem e solicitou cuidado ao seu criado pois ele havia colocado vinte mil libras na bolsa. É claro que mais essa revelação contribuiu para aumentar o espanto de Passepartout.
(...)
Saíram de casa e rumaram para um ponto onde era possível alugar uma carruagem.... Às 20:20 chegaram à estação e, enquanto Passepartout acertava o aluguel com o cocheiro pôde notar que seu patrão entregava os vinte guinéus que havia ganhado nas partidas de uíste a uma pobre senhora que conduzia o pequeno filho pela rua enlameada.
Logo que entraram na estação avistaram os membros do Reform Club. Fogg foi dizendo que em paradas específicas de sua viagem solicitaria o visto em seu passaporte.... Isso comprovaria o itinerário percorrido.
Gauthier Ralph observou que todos confiavam em sua “honra de cavalheiro”... Despediram-se, pois o trem estava prestes a partir. Neste momento, Fogg deixou claro que estava ciente da aposta e que retornaria “dentro de oitenta dias; no sábado; 21 de dezembro de 1872, às oito e quarenta e cinco da noite”.
(...)
Depois de algum tempo em que já se encontravam em seus lugares no trem, Passepartout demonstrou nova apreensão. Fogg perguntou-lhe o que estava acontecendo dessa vez. O francês explicou que, na pressa, havia esquecido de apagar o bico de gás em seu aposento.
Sem se sobressaltar, Fogg disse apenas que quando voltassem a conta seria paga pelo próprio Passepartout.

                                                                  * Postagens dessa sequência são parceria de Mariana & Gilberto
Leia: A Volta ao Mundo em Oitenta Dias – Coleção “Eu Leio”. Editora Ática.
Um abraço,
Prof.Gilberto

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