O texto sobre o primeiro capítulo foi revisto e passou por pequenas correções. Confira!
No segundo capítulo vemos que Passepartout foi deixado à vontade na casa da Saville Row pelo seu novo patrão, Phileas Fogg, que passara a se ocupar de outros interesses. Então o rapaz pôde conhecer melhor o ambiente onde passaria a trabalhar e viver.
Ao se perceber sozinho, o francês refletiu sobre as primeiras impressões que tivera de seu senhor...
Passepartout o descreve como um homem frio, metódico e silencioso.... Um tipo que não tem amigos, pois isso lhe tomaria tempo. Ele o compara às peças de museu de peças de cera de Madame Tussaud, garantindo que as mesmas eram dotadas de mais vivacidade do que o senhor Fogg.
O recém-contratado constatou ainda que o aristocrata devia contar uns quarenta anos, era tipo de bela aparência, louro e sem traços de envelhecimento.
(...)
O autor confere à personalidade de seu protagonista uma presença marcante,
calma e carregada de “sangue frio”. Obviamente esses conceitos ficam por conta
das impressões do novo empregado.
Seu texto também reserva algumas linhas para apresentar
características físicas de Jean Passepartout.... Assim, devemos entendê-lo como
um rapaz corajoso e dotado de lábios protuberantes. Percebe-se que sua
experiência anterior, marcada por diversos atividades físicas, condicionaram
positivamente o seu organismo que, sem dúvida, era forte. Este Passepartout
tinha a cabeça redonda, olhos azuis, cabelos castanhos e desordenados.
(...)
No capítulo anterior soubemos um pouco dos motivos que o levaram a se
candidatar ao emprego oferecido por Phileas Fogg... Ele estava buscando “acalmar
a vida”.
Sabemos que sua juventude havia sido bem agitada e repleta de
aventuras... Considerou a Inglaterra o melhor lugar para a mudança de estilo de
vida.... Mas sabemos também que por cinco anos havia servido a vários patrões
que muito o desapontaram....
Seus primeiros patrões não eram homens metódicos, suas vidas eram
exageradamente desregradas e estavam sempre se aventurando.
Definitivamente esperava um ambiente de trabalho mais sossegado. Já
havia trocado de patrão dez vezes!
Quando ouviu falar a
respeito de Fogg e de sua personalidade, pensou que finalmente chegara o
momento de se estabilizar.
(...)
Passepartout caminhou pela
casa.
Conheceu o quarto
onde dormiria.... Aprovou. Ficou satisfeito também com o quadro de horários,
desde o acordar até o dormir, indicando suas tarefas (“chá com torradas às oito
e vinte e três; água para a barba das nove e trinta e sete”...). Tudo “anotado,
previsto, regularizado”.
O guarda-roupa do patrão se apresentava organizado, limpo e com as roupas
e sapatos separados “por estação”.
Não havia armas na casa,
dando a entender que Fogg não era dado a caçadas. Tampouco havia biblioteca. Passepartout
considerou o ambiente de trabalho o mais pacífico dos lugares.
Sobre o relacionamento com o patrão concluiu que se
dariam bem, já que o senhor Fogg se revelava mesmo um tipo caseiro, não dado a
exageros e, para completar, alguém mais afeito à vida simples...
Não havia como Fogg se enganar em relação aos horários.... Um grande
relógio posicionado acima da lareira na sala de estar estava conectado a outro
na parede de seu quarto.
Ao quarto do empregado chegavam
vários tubos que se comunicavam com os diversos ambientes da casa.... Bastava
que o patrão acionasse uma campainha onde quer que estivesse.
Com aquele perfil, Fogg se assemelhava a uma “máquina”...
E era algo assim que Passepartout esperava.
*
Postagens
dessa sequência são parceria de Mariana & Gilberto
Continua em http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2017/01/a-volta-ao-mundo-em-oitenta-dias-de_16.html
Leia: A Volta ao Mundo em Oitenta Dias – Coleção
“Eu Leio”. Editora Ática.
Um abraço,
Prof.Gilberto