Não há como não destacar aqui o singelo modo como somos recebidos pelos atores... Eles surgem animadamente no salão em que todos aguardam a abertura das portas... Acompanhados de instrumentos cantam uma reflexão a respeito da existência humana neste mundo... Ao mesmo tempo agradecem a presença do “distinto público”, que é convidado a se acomodar para o início da encenação.
(...)
A peça de 70 minutos (tem
direção de Amauri Falseti) e nos remete a dois interessantes cenários: o
hospital onde um garoto está internado; e a antiga China.
No
hospital, médicos e enfermeiros dão total atenção ao menino... Também a mãe não
esconde sua preocupação com o estado da criança... A mulher é devotada e
demonstra que todo cuidado dispensado ao filho é pouco.
Para
o paciente a estadia é enfadonha... Então ele propõe realizar uma encenação que
representa sua história... Ele contou com a colaboração de médicos, enfermeiros
e da própria mãe.
(...)
Quem
conhece o texto de Peter Weiss, Marat/Sade,
fica tentado a associar o enredo de Círculo
de Giz àquele que tem ambientação num manicômio onde os internos (dirigidos
pelo marquês de Sade) encenam o assassinato de Marat.
A
peça também nos remete ao texto de Brecht, O
Círculo de Giz Caucasiano.
(...)
Mas
Círculo de Giz é peça infantil e tem
encanto próprio.
A
encenação segue com excelente trilha musical:
Na antiga China, uma jovem ficou órfã após seu pai ter
sido assassinado por um mandarim... Desamparada, tornou-se serviçal numa casa
de chá, onde homens importantes apareciam também para curtir a companhia de
garotas. Tanto é que numa ocasião conheceu o filho do imperador, por quem se
apaixonou...
Mas, em vez de vida pacata,
o destino reservou-lhe uma tragédia... Seus encantos atraíram o mesmo mandarim
assassino de seu pai. O homem a comprou e a tornou sua concubina.
O mandarim passou a “ter
olhos” apenas para ela... Um filho foi gerado... Tudo isso fez com que a
primeira esposa se enchesse de raiva... Não foi por acaso que ela envenenou o
marido, tomou a criança como se fosse um filho seu e acusou a jovem de ter
assassinado o mandarim.
Sem deixar de ser
engraçada, a parte do julgamento nos leva a refletir a respeito da “justiça dos
homens” e sobre como os mais frágeis sofrem a “dureza da lei”.
(...)
O
teatro fica na Rua Darwin, 153; Santo Amaro.
Entradas: R$20,00 –
inteira; R$10,00 – meia.
17:00 – sábados e domingos
até 5 de julho. Há apresentações especiais para escolas.
Mais sobre o elenco e a peça em www.paideiabrasil.com.br
Indicação (a partir de 9 anos)
Um abraço,
Prof.Gilberto