domingo, 6 de novembro de 2011

Filme: Sócrates - Julgamento; questionamentos ao acusador Meleto

Talvez seja interessante acessar http://aulasprofgilberto.blogspot.com/2011/10/filme-socrates-sacrificios-aos-deuses.html antes de ler esta postagem:

O júri é formado a partir do sorteio ordinário... Os jurados não sabiam com antecedência de qual processo participariam. O julgamento é público. A deusa Atena é saudada e invocada a iluminar com sabedoria os jurados. Meleto é chamado a proferir suas acusações contra o filósofo e propõe a pena de morte. Ânito também é chamado a relatar suas acusações e fala sobre os problemas que Atenas sofrera devido às imprudências de Sócrates no trato com os mais jovens, desviando-os das tradições... Depois é Sócrates quem tem a palavra para realizar a sua defesa. Muitos esperam eloquências de sua parte, mas ele diz que na situação em que se encontra não seria certo... Falará no tribunal como cotidianamente fala nas praças e ruas, de modo simples e sempre buscando a Verdade, assim a maioria presente não estranhará suas palavras.
Sócrates fala sobre o “personagem Sócrates” construído por adversários que há vinte anos vinham falando mal dele... Cita Aristófanes e diz que o tal personagem seria um ateu, um “andante das nuvens”... Classificações que (absolutamente) não refletem sua personalidade. Sócrates admite ser um ignorante, alguém que nada sabe e que apenas busca a Verdade... Seu conhecimento é “saber que nada sabe”, sendo assim não se vê em condição de cobrar pelos ensinamentos que transmite (dialoga) com seus jovens discípulos. O filósofo raciocina que poderiam questionar, então, o por quê do processo... Admite possuir sabedoria... O irmão de Clerofonte é chamado por Sócrates para dar testemunho sobre o episódio em Delfos, quando Clerofonte indagou à Pitonisa se havia no mundo alguém mais sábio do que Sócrates. A resposta foi a de que não havia ninguém mais sábio que o filósofo... Sócrates então retoma a sua defesa afirmando que desde então procurou conhecer os sentidos das palavras do oráculo. Conversou com uma série de poetas, políticos e outros “notáveis”, e chegou à conclusão de que aqueles simplesmente ostentavam a notoriedade sem, contudo, serem (de fato) conhecedores... Sócrates, ao contrário, “tinha consciência da própria ignorância” e isso o fazia mais sábio. O filósofo mostra que atraiu a inimizade de muitos porque, ao servir o deus que o obrigava a procurar a Verdade, levava pessoas muito poderosas a perceberem que (de fato) não eram sábias como sempre se julgaram.
Depois se dirige a Meleto, que “fingia se interessar por coisas das quais nada sabia”... Ora, se Sócrates corrompe a juventude, então o que haveria de melhor para a educação dos atenienses? Meleto não titubeia e responde que as Leis atenienses são o que há para serem ensinadas, sendo elas o “guia perfeito” para a juventude. Questionado por Sócrates sobre quem teria o conhecimento das Leis, Meleto diz que os juízes são os detentores do saber. Mas o filósofo quer saber mais e questiona se todos, ou apenas alguns entre os juízes têm conhecimento das Leis... Meleto está em meio à assembleia e, embora seja o acusador, percebe que não pode cair em contradições... Diz que todos os juízes têm conhecimento das Leis. Sócrates mostra que, potencialmente, todos os atenienses podem chegar à condição de juízes... Porém Meleto só vê ameaça aos jovens em sua pessoa... Ora, essa seria, então, uma situação de fácil resolução... O filósofo mostra a Meleto que sendo um “corruptor de jovens”, e fazendo isso voluntariamente, estaria fazendo um grande mal a si próprio, já que os discípulos se indisporiam em relação ao mestre... Então, ou Sócrates não corrompe a juventude, ou o faz involuntariamente... Uma culpa involuntária não seria competência do tribunal... O filósofo faz referência ainda ao fato de seus antigos discípulos, ou os parentes dos atuais seguidores, não apresentarem nenhuma acusação contra ele. Por que Meleto não os incluíra entre os testemunhos de sua acusação?
Indicação (14 anos)
Continua em https://aulasprofgilberto.blogspot.com/2011/11/filme-socrates-o-veredicto.html

Um abraço,
Prof.Gilberto

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