domingo, 13 de novembro de 2011

Filme: Sócrates - Areté

Talvez seja interessante acessar http://aulasprofgilberto.blogspot.com/2011/11/filme-socrates-epilogo.html antes de ler esta postagem:


Podemos dizer que Sócrates foi sacrificado.
É, porque assumiu até o fim de sua existência o compromisso com a Justiça, o Bem, a Verdade... E não tendo renegado a força interior que o levava a defender a busca constante desses princípios, foi levado à pena capital... Ele podia manter-se perfeitamente ajustado à realidade de seu tempo e de seus concidadãos sendo mais um “experiente conselheiro” para os mais jovens sobre o “engajamento ideal” na polis. Os sofistas procediam assim... Porém, em vez disso, o mestre seguia a sua missão. E ela era perturbadora na medida em que levava os contemporâneos às reflexões sobre seus conceitos. O filósofo os deixava sem as suas certezas, já que cada um deveria buscar dentro de si a Verdade.
Podemos dizer que a realização de sua missão (em respeito ao chamado da força interior que o impulsiona) é o Areté. Podem-se tecer críticas ao modo despojado de desprezar os prazeres materiais que são constantemente proporcionados, mas (em Sócrates) é a concretização do Areté que nos traz a felicidade. Cada um possui a sua Areté e evidentemente ninguém precisa comprometer-se com Sócrates... Nem ele exige isso... Cada um pode buscar a felicidade onde bem entende. Mas há a necessidade de refletirmos sobre as suas bases. E suas conseqüências também... A felicidade que buscamos proporciona Justiça, Bem e Verdade?
O diálogo com Hípias é interessante... Ele se satisfaz em ser festejado por proferir “belos discursos”. Indagado sobre o que é a Beleza, diz que uma “bela virgem” define o conceito... Sócrates diz que uma mula ou uma panela também são belas... Hípias não entende a interposição de Sócrates e fala que não se pode comparar a “bela virgem” com mulas ou panelas. Porém conclui que os “belos deuses” são mais belos que as “belas virgens”... Ora, em tudo há Beleza quando reconhecemos a sua utilidade, importância na realização do Bem.
Também notamos Sócrates dialogando sobre o poder adquirido por políticos corruptos e que vivem buscando eliminar adversários a qualquer custo... Será que podem ser felizes sendo injustos? Não há proveito em se enriquecer e exercer poder impondo medo e tomando posse dos bens que pertencem ao público ou a um particular... O que um tipo assim colheria? Vivendo longe da Virtude, desconhecendo o Bem, conheceria apenas o terror de, a todo momento, sentir-se ameaçado por aqueles que perseguira no passado...
Lísias, o orador chamado a preparar uma defesa para Sócrates pretende que qualquer artimanha seja válida para livrar o “cliente” da acusação que pesa contra ele. Mostra que faria a defesa do filósofo bajulando os membros do tribunal, reverenciando os rituais de Atenas, além de promover a ideia de que nada do que Sócrates dissera outrora deveria merecer atenção mais séria e que, em verdade, ele se tratava de um velho inofensivo... Como sabemos, Sócrates não aceitou a proposta de Lísias principalmente porque, para livrá-lo da morte, o orador apelava para mentiras.
Indicação (14 anos)
Continua em https://aulasprofgilberto.blogspot.com/2011/11/filme-socrates-depoimento-do-professor.html
Um abraço,
Prof.Gilberto

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