sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Filme: O Artista – sonorização, sucesso de Peppy Miller e decadência de Valentin; resgate e reconhecimento do grande artista e das produções do passado; o fim

Talvez seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2013/01/filme-o-artista-consideracoes-iniciais.html antes de ler esta postagem:

Na sequência assistimos a escalada de sucesso de Peppy Miller ao mesmo tempo em que notamos a decadência de Valentin. A moça assinou um promissor contrato com o estúdio... Ele foi chamado a reconhecer que precisava se adaptar às mudanças e que a novidade do cinema falado não podia ser desprezada... Enquanto Miller galgava posições de maior destaque nas produções faladas, Valentin teimava em não aceitar a sonoplastia como realidade, desvinculou-se do estúdio e criou uma produtora para dirigir os próprios filmes e continuar atuando...
Sua experiência garante uma produção à altura de seu talento, mas as cenas seguem impressionando ao revelarem a situação de nosso protagonista... Nelas o vemos enfrentando os perigos de uma floresta e ser perseguido por canibais... O final dramático é marcado pelo seu desaparecimento na areia movediça, e nem mesmo o seu fiel cãozinho conseguiu salvá-lo... Para o desespero da mocinha do filme, ele revela antes de sucumbir que nunca a amara...
A sala em que o filme de Valentin estreou permaneceu esvaziada, enquanto que o filme estrelado por Peppy Miller era concorrido por verdadeira multidão... Mas entre os que assistiram ao "fracasso de bilheteria" estava a atriz que, àquela altura, tornara-se uma celebridade... Vemos que a moça nutria grande amor por Valentin... Vemos que todos notavam que os tempos eram outros, Valentin representava o passado, Peppy e os mais jovens representavam o futuro...
O ousado empreendimento de Valentin levou-o à bancarrota. Para completar sua amargura, Doris decidiu abandoná-lo... Mas foi a crise econômica que atingiu o mundo a partir de 1929 que significou sua “real areia movediça”. Em plena decadência, o ator entregou-se ao vício da embriaguez... Aos poucos se via perdendo tudo, menos a fidelidade de seu cão Jack e a de seu motorista Clifton... O que ele não sabia era que Peppy Miller acompanhava à curta distância todo o seu padecimento... Em situação de total desespero decidiu leiloar os bens que lhe restavam... Poucos participaram dos lances, mas tudo foi arrematado... Ele não sabia que Peppy Miller era a única compradora. Graças a isso, Valentin pôde se manter por mais algum tempo numa casa modesta. Porém consumia volumosas quantidades de bebidas alcoólicas, o que completava a sua lamentável areia movediça real... Vendo-se subtraído de todas as possibilidades do passado, e completamente anestesiado pelo vício do álcool, demitiu o fiel Clifton.
Bêbado e solitário decidiu assistir aos seus filmes. Desesperado e de modo insano derrubou as latas de filmes, que foram espalhados pela sala... Ateou fogo ao material altamente inflamável e o resultado foi o incêndio... Ao notar a catástrofe que provocara, em vão tentou salvar os filmes e a casa... Ele mesmo não tinha condições de salvar-se a si mesmo... Inconsciente e sem forças, desmaiou em meio ao fogo. Foi o cãozinho Jack que saiu em busca de socorro.
Socorrido ao hospital, Valentin permaneceu inconsciente por vários dias... Recebeu a visita de Miller, que conseguiu autorização para levá-lo para a sua casa, onde deveria convalescer. O doente recebeu um tratamento que há muito desconhecia e acabou se recuperando. Surpreendeu-se ao saber quem o acolhia... E também ao saber que Clifton fora contratado por Miller desde que havia sido demitido por Valentin... Ele mesmo disse ao antigo patrão que a moça vinha tentando ajudá-lo há algum tempo...
Aos poucos Valentin se restabeleceu... Mas voltou a decair ao saber que Miller havia arrematado todos os “lotes” de seu leilão... Seu orgulho não admitia a decadência e, menos ainda, o fato de ter sido “resgatado” pela jovem atriz...
Novamente o desespero se abateu sobre Valentin... Ele decidiu fugir da mansão de Peppy Miller. Retornou à casa incendiada. Amargurado, contemplou a decadência e concluiu que ali era o seu lugar... Decidiu beber... De posse de um revólver decidiu, também, colocar fim à sua existência... Foi impedido pela chegada de Peppy Miller, que mais uma vez o salvou. Não tendo encontrado Clifton para conduzi-la até o seu amado, ela mesma dirigiu pelas avenidas... Valentin despertou para a realidade ao ouvir o “bang” do carro de Miller se acidentando...
O final feliz ficou por conta do projeto de Peppy Miller para envolver Valentin num musical... Os dois desenvolvem passos de dança bem conhecidos por eles... Muitas imagens de filmes clássicos nos vêm à mente com essa homenagem. O sincero devotamento de Miller (“cinema do futuro”) a George Valentin (“cinema do passado”) é uma reverência, uma lição.

Indicação (12 anos)
Um abraço,
Prof.Gilberto

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