sábado, 1 de dezembro de 2012

“Ei! Tem alguém aí?”, de Jostein Gaarder – as perguntas podem ser mais valiosas do que respostas “inteligentes ou corretas”; pontos de vista diversos merecem nossa consideração

Talvez seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2012/11/ei-tem-alguem-ai-de-jostein-gaarder-uma.html antes de ler esta postagem:

Chupando o polegar, Mika quis saber por que Joakim “estava de cabeça para baixo”... Joakim exclamou dizendo que era o outro que se encontrava “de ponta cabeça”... Para Joakim o ponto de vista de Mika era bem o contrário do seu, tanto é que o garoto recém-chegado pedia ajuda para “subir até o chão desse planeta”... Depois de os dois se encontrarem na mesma posição, Mika fez comentários sobre “subir” e “descer”. O menino que veio do espaço fez referências à nossa Lua e questionou Joakim sobre o que os de seu planeta diziam quando pretendiam viajar até aquele satélite... Dizer que “subiam” para a Lua devia encontrar afirmação diferente para relatar o destino final, pois, na verdade, as pessoas “desciam” à Lua... Mika argumentou que, do espaço, “subia” até o nosso planeta.
O garoto do espaço experimentou a grama... Naturalmente Joakim achou isso inusitado e ofereceu-lhe uma maçã, que foi mordida pelo interessante visitante. Joakim perguntou se o outro gostou do que provou... Mika fez uma reverência... Joakim quis saber o porquê daquele gesto e ouviu de Mika que em seu planeta as perguntas inteligentes são reverenciadas. Joakim sabia que entre nós a reverência é um cumprimento... Seu novo amigo disse que, então, isso (a reverência como cumprimento) antecipa uma pergunta inteligente.
O terráqueo gostou do que ouviu e reverenciou por considerar a resposta de Mika muito inteligente... Mas Mika falou que mesmo uma resposta inteligente ou correta nunca merece uma reverência... Justificou que “quando se inclina, dá-se passagem”, e “nunca devemos dar passagem a uma resposta” porque ela é sempre (e apenas) “um trecho do caminho”... Só a pergunta ”aponta o caminho para a frente”.
O dia estava amanhecendo e Mika quis saber da estrela que ilumina o nosso planeta... Joakim falou sobre o Sol... E ouviu de Mika que “todo Sol é uma estrela e todas são sóis”... Há relatividade nisso, já que nem todas têm planetas girando em torno... Sendo assim não há viventes que possam chamá-las de Sol...
O encontro das duas crianças nos faz pensar... Joakim troca ideias sem preconceitos, como é próprio das crianças. Certamente a maioria dos adultos teria comportamento bem diferente se estivesse no lugar do menino... Como é que o visitante sideral compreendia e falava a mesma língua? Não seria um invasor com “planos de destruição e dominação” do planeta? Não seria mais prudente eliminá-lo? Em vez disso tudo, Joakim estava mais interessado em conhecer o outro, observar o seu modo de ser e aprender com ele...
Chamava a atenção da criança terráquea o interesse de Mika em querer conhecer a força gravitacional do lugar onde acabara de chegar... Fez isso dando saltos espetaculares, o que indicava que conhecia gravidades mais intensas.
Os atos de Mika eram bem observados por Joakim, que percebia que o outro chupava o polegar enquanto estava imerso em pensamentos; abanava os dedos quando explicava algo; ouvia as respostas atentamente; fazia reverência às perguntas... E pensava outras perguntas.
Continua em https://aulasprofgilberto.blogspot.com/2012/12/ei-tem-alguem-ai-de-jostein-gaarder.html
Leia: Ei! Tem alguém aí? Companhia das Letrinhas.
Um abraço,
Prof.Gilberto

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