Hugo foi levado para a cela onde o inspetor detinha os que provocavam confusões e furtos na estação. Ele garantiu à senhora Emille e ao senhor Frick que o menino não escaparia dali. Depois de se despedir dos lojistas, o inspetor ligou para a delegacia de polícia e na sequência disse que era melhor Hugo confessar porque voltaria com outras pessoas que podiam ser mais ríspidas do que ele.
Uma ilustração de duas páginas nos mostra o menino apreensivo e acuado no interior da jaula... Em seu pensamento surgiam hipóteses acerca de seu futuro... Talvez fosse encaminhado para a polícia, ou para um orfanato... Nunca mais veria Isabelle e nem Georges Méliès... Assim, um bom tempo se passou até que o inspetor retornasse ao seu gabinete com dois policiais. Um deles intimidou o menino dizendo que se ele não quisesse falar, seria encaminhado para a delegacia. Ao abrirem a cela, o menino Cabret viu a oportunidade de escapar novamente, e foi isso o que fez, seguindo para a estação.

O menino ficou novamente sob o poder do inspetor e dos policiais, que o algemaram... Ele estava zonzo e sofrendo de dores...
Nova sequência de ilustrações mostram-nos como que uma visão do garoto. Da mais completa escuridão surgem estrelas, uma meia Lua e um cometa daqueles dos painéis de tecido de Méliès... Aos poucos eles vão se tornando cada vez mais claros e então sabemos que o menino abria os olhos... Ele estava vendo a capa de Uma viagem à Lua que Méliès estava usando. O velho cineasta chegou ao gabinete do inspetor acompanhado de Isabelle... Foi ela quem teve a ideia de seguir até a estação para procurar o amigo.
O inspetor explicou que Hugo foi flagrado roubando leite, era acusado de outros furtos na estação, e devia explicações sobre a utilização do apartamento do cronometrista, e a posse dos cheques-salários do funcionário desaparecido... A senhora Emille e o senhor Frick também estavam presentes no gabinete do inspetor... O menino sentia-se pressionado, mas o velho Georges o tranquilizou e pediu-lhe que contasse o que sabia.
Então o menino Cabret contou ao inspetor que o cronometrista Claude era seu tio e que ele era o seu aprendiz... Falou sobre os hábitos etílicos do tio e que ele havia desaparecido... Revelou que desde então tinha de manter os relógios funcionando, e fazia isso em segredo... Contou que eventualmente roubava leite e croissants para não passar fome.
Depois disso, o inspetor soltou uma gargalhada julgando absurda a história que acabara de ouvir. Ele não acreditava que um garoto franzino como aquele pudesse manter os enormes relógios funcionando... Até então, o inspetor não sabia da morte de Claude... Foram a senhora Emille e o senhor Frick que confirmaram o ocorrido.
Ao inspetor restava saber o que era aquele objeto estranho que Hugo tentava subtrair do apartamento... Hugo explicou que não estava roubando e que, como deixou o boneco cair, ele estava quebrado novamente... Neste ponto o velho Georges interveio em favor do menino, dizendo que “ninguém pode roubar o que já lhe pertence”... Disse ainda que os dois consertariam a máquina novamente e que daria um jeito de pagar à senhora Emille pelo leite e croissants roubados.
Nova sequência de ilustrações mostram Georges Méliès envolvendo as duas crianças em sua capa e se retirando daquele ambiente... Vemos o rostinho de Hugo recuperar uma fisionomia de satisfação.
Continua em http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2012/12/a-invencao-de-hugo-cabret-de-brian_10.html
Leia: A invenção de Hugo Cabret. Edições SM.
Um abraço,
Prof.Gilberto