sábado, 16 de abril de 2011

Outras considerações sobre "Esta terra tinha dono", de Benedito Prezia e Eduardo Hoornaert.

Talvez seja interessante retomar https://aulasprofgilberto.blogspot.com/2011/04/consideracoes-sobre-esta-terra-tinha.html antes de ler esta postagem:

Para hoje estou postando mais subsídios para o trabalho em torno da questão indígena a partir de Esta terra tinha dono. A expectativa é sempre a de refletir sobre o “modo de ser” do outro, conhecê-lo e respeitá-lo...
Há também os “Ritos de casamento”, que são citados e exemplificados no Esta terra tinha dono. O exemplo do que ocorre entre os índios Bororo (Mato Grosso do Sul) é muito interessante. Quase sempre é a moça quem toma a iniciativa de declarar a intenção que tem de se casar com um determinado rapaz da aldeia. Ela demonstra isso preparando uma refeição para ele. Sua mãe a acompanha até a cabana onde mora o rapaz, por volta do meio-dia. É a mãe da moça quem entrega o alimento, dizendo: “Meu genro, vim com minha filha que deseja viver contigo, porque te quer bem”. Normalmente o rapaz não responde no mesmo momento. Continua com os seus afazeres. Depois que a moça e sua mãe se retiram, ele toma uma decisão: no caso de aceitar a moça, come a refeição oferecida; se não quer ser marido dela nem experimenta da comida. É a mãe dele quem se encarrega de levar o prato com o “veredicto”. Se o prato volta cheio é porque ela não foi aceita; se volta vazio é porque ela terá uma nova família. Há situações em que a moça se dirige sozinha até o seu escolhido e convida-o para morar com ela. Se ele aceita, faz uma incursão pela mata em busca de uma caça. É a sua mãe que a prepara para a noiva; é dessa forma que a pretendente fica sabendo que foi aceita como esposa. No mesmo dia a moça recebe tiras de algodão no pulso, como sinal de que daquele momento em diante é uma mulher casada. Também é a mãe do rapaz que pinta e enfeita a noiva. Uma nova fogueira é acesa na casa da mãe da noiva. Em torno dela se constituirá a nova família.
índios bororo


Entre os Tenetahara não há nenhum rito especial. Arranja-se o casamento entre os jovens. Normalmente o pai da noiva exerce grande influência na escolha, já que tem interesses em braços fortes em seu círculo de vivência para o trabalho na obtenção de alimentos. Logo o rapaz muda-se para a casa da noiva. Se ela é ainda muito jovem, aguarda que se desenvolva para que o casamento se concretize.
Leia: Esta terra tinha dono. Editora FTD.

Um abraço,
Prof.Gilberto

Páginas