As manifestantes se concentraram em frente ao parlamento para ouvir as conclusões da comissão encabeçada pelo deputado Houghton... Elas traziam faixas e tinham palavras de ordem em suas gargantas. A expectativa era grande e muitas se mostravam animadas porque afinal de contas suas reivindicações constavam da “pauta do dia”.
A polícia se fazia presente, pois as autoridades acompanhavam bem de perto as ações das principais lideranças sufragistas.
(...)
As justificativas apresentadas não convenceram... As
mulheres foram orientadas a aceitar que “ainda não era momento de participarem
de eleições”... Deviam retornar aos seus afazeres.
É claro que elas não estavam nem um pouco dispostas a deixar a praça sem
manifestar sua indignação contra os legisladores... Para elas estava claro que
aqueles bem vestidos homens não se importavam com a causa e não entendiam suas
reivindicações... Eles apenas reforçavam o pensamento vigente de que a
aprovação do direito de voto às mulheres representava uma subversão da ordem
social...
Elas se revoltaram porque sentiram que os depoimentos
e denúncias coletados pela comissão de parlamentares foram manipulados e usados
para produzir um documento conservador... Tudo o que a comissão tinha a dizer
era que elas deviam se conformar e entender que não havia razão para manifestações
radicalizadas.
(...)
Mas se eles esperavam abafar as convicções das sufragistas, logo
perceberam o equívoco. De todos os pontos da aglomeração ouviram-se palavras
ofensivas contra os parlamentares, que foram chamados de mentirosos... Gritos
de “voto para as mulheres” ecoaram e, de repente, a segurança das autoridades
pareceu frágil demais... A agitação tornou-se generalizada... A polícia sabia
bem que devia perseguir as “mulheres fichadas”.
(...)
Entre as ativistas presas estava Emily Davison (interpretada por Natalie
Press), que era uma das principais sufragistas e elo entre os núcleos
sufragistas e Emmeline Pankhurst* (interpretada por Meryl Streep).
*
Emily Davison é
personagem real do movimento feminista britânico.
Os
episódios que marcaram o seu martírio foram reproduzidos para a
parte final
do filme.
Pankhurst,
como sabemos, era a liderança que inspirava as
militantes em
suas reivindicações e vinha defendendo atitudes mais
violentas por
parte das sufragistas, de modo que suas ações dessem
maior visibilidade
à causa.
Maud também foi detida e
durante a semana em que permaneceu encarcerada conheceu Davison. O enredo de “As
Sufragistas” nos leva a entender que seu envolvimento com a causa política se
tornou mais sério a partir de então.
(...)
Para as militantes
veteranas, a saída da prisão foi festejada... Sempre havia alguém as aguardando
no portão e elas eram recebidas com calorosos abraços... Maud chegou à calçada
e notou-se solitária... Uma companheira entregou-lhe um broche que celebrava a
sua “primeira detenção” pela causa.
Seu retorno para casa
foi dos mais difíceis.
Visivelmente, ela se sentia muito envergonhada.
Indicação (14 anos)
Um abraço,
Prof.Gilberto