terça-feira, 15 de março de 2011

Considerações sobre Lutero e a Reforma Religiosa

Para hoje estou postando um texto didático que elaborei para o trabalho com os alunos de 2º ano. Tem a ver com a questão da Reforma Religiosa. Em breve pretendo escrever sobre o filme “Lutero”, que é bem didático, orientado mesmo para os estudos sobre o tema. Segue o texto:

LUTERO E A REFORMA RELIGIOSA

A Reforma Religiosa foi um movimento que ocorreu durante o Período Moderno. Ela significou muitas transformações na vida religiosa dos europeus. Como já sabemos, a Igreja Católica detinha muito poder durante a Idade Média e também nos inícios dos tempos modernos. Era uma grande detentora de terras e seus fiéis eram obrigados a pagar-lhe várias taxas, ela até possuía exércitos. Os Estados Modernos também deviam certos pagamentos à Igreja de Roma. Poucos além dos padres da Igreja Católica dominavam a escrita e a leitura. As Ciências eram por eles determinadas. Tudo o que se conhecia era definido pela Igreja. Até o conhecimento da Anatomia Humana era estabelecido por ela. Tamanho poder era incalculável quando pensamos em religião. A Igreja só podia sofrer alguma oposição de dentro do próprio clero. Mas os que a ela se opunham tinham a morte (normalmente na fogueira) como fim certo. Foi o caso de João Huss. Porém, no decorrer do século XVI muitas transformações ocorreram.
É preciso entender que os padres já sofriam diversas críticas em relação ao seu comportamento e ao que pregavam. Viviam falando da pobreza, porém viviam no mais alto luxo. Falavam do celibato e do voto de castidade (não podiam casar ou manter relações sexuais), mas eram vários os padres que mantinham casos amorosos e filhos em segredo. Tudo isso era muito criticado, mas Martinho Lutero (um monge da Ordem dos Agostinianos, apresentado na reprodução acima) começou a fazer críticas mais duras contra as cobranças de indulgências e as vendas de relíquias. O dinheiro obtido nesses dois casos servia para a Igreja Católica construir a Basílica de São Pedro.

As indulgências eram perdões. Esses perdões eram vendidos, a um alto preço, a homens muito ricos. Os vários pecados eram perdoados e, a partir das indulgências, “ganhavam o céu”. As relíquias eram objetos (madeira, tecidos, e outros) que os padres diziam ser milagrosos. Ou porque pertenceram às vestes de Cristo, ou de outros santos, ou porque foram por eles usados (“surgiram” milhares de pedaços da cruz de Jesus Cristo).

Lutero era contra tudo isso. Afirmava que o povo era enganado. Em 1517 divulgou suas 95 teses (ideias) sobre a religião e erros da Igreja Católica. Queimou papéis da Igreja que o condenavam. Perseguido, instalou-se em um castelo (de Frederico da Saxônia). Lá pôde organizar melhor as suas ideias.

Lutero criticava vários dogmas (verdades inquestionáveis, pois se relacionam à fé) da Igreja Católica. Lutero anulava a necessidade de existirem padres, pois afirmava que os homens devem apenas ter fé e seguir aos preceitos da Bíblia. Era contra a transubstanciação (“poder” que o padre tem de transformar o pão e o vinho em corpo e sangue de Cristo).

Lutero casou-se com uma ex-freira. Suas ideias começaram a agradar, traduziu a Bíblia para o alemão. Isso foi uma ousadia, pois a religião era narrada sempre em latim. Muitos burgueses começaram a ver vantagens nas ideias luteranas, principalmente porque eram contra as taxas que deviam a Igreja de Roma. Os príncipes também perceberam que se se livrassem da Igreja poderiam se apoderar das propriedades católicas existentes em seus territórios. Mas alguns tinham vínculos muito fortes com a Igreja de Roma. Os seguidores das idéias de Lutero passaram a serem chamados de protestantes depois da Dieta (Assembléia) de Spira (uma cidade), onde os príncipes luteranos protestaram contra a exigência do imperador Carlos V de serem católicos.


Um abraço,
Prof.Gilberto

Páginas