terça-feira, 4 de outubro de 2011

"Os Mandarins", de Simone de Beauvoir. Encontro de Anne com Victor Scriassine

Talvez seja interessante acessar http://aulasprofgilberto.blogspot.com/2011/10/os-mandarins-de-simone-de-beauvoir.html e http://aulasprofgilberto.blogspot.com/2011/10/os-mandarins-de-simone-de-beauvoir_03.html antes de ler esta postagem:


Depois do chá dos jovens, Anne vai ter com o marido... Os dois falam sobre a possibilidade de Nadine trabalhar com ele. Robert considera que a moça tem potencial além de ler correspondências e preencher fichas... Todavia a maior preocupação de Anne é evitar que a filha viaje com Henri a sós para Portugal... Robert não vê mal algum nisso... E nem no fato de ela levar uma vida “de cama em cama” com os mais diversos tipos. Dubreuilh até releva a situação mostrando que ele próprio tinha esse proceder em sua juventude... Anne considera isso uma insensatez do marido, já que em seu raciocínio Nadine equivalia a um rapaz (?)... Robert consente em ter Nadine como secretária, pelo menos haveria muito trabalho já que ele estava trabalhando no projeto de uma revista do movimento... Anne o convida para acompanhá-la ao encontro com Victor Scriassine... Ele diz que não gostaria de discutir política com o outro, então ficaria muito bem a escrever no escritório.
A noite era fria e Anne lamentou um pouco a situação, mas o encontro devia fazer-lhe bem, já que nos últimos anos tivera sempre as mesmas companhias... Chegou ao Hotel Ritz, onde Scriassine, correspondente de uma revista franco-americana, era hóspede. Dirigiram-se ao bar para beber e Scriassine carregou-a de perguntas sobre o trabalho da Resistência, sobre L’Espoir e sua distribuição... O bar estava cheio de oficiais americanos e de mulheres...
De repente, um certo Manès Goldman reconhece e cumprimenta calorosamente Scriassine. Parabeniza-o e ao mesmo tempo agradece a publicação de Vienne La Brune... O tipo sai quase que do mesmo modo como chegou, e Scriassine passa a lamentar-se para Anne... Confessa o seu sentimento de fracasso, já que nas ocasiões que exigiam maior engajamento acabava refugiando-se em outro país... Anne mostra-se compreensiva, diz que graças a isso ele pôde produzir textos importantes contrários aos totalitarismos, e que, além disso, está acostumada a lidar com remorsos e outros traumas psíquicos...
Entre várias doses de uísque e martine, os dois se tornaram mais familiares... A certa altura Scriassine fala sobre a relação de Anne com o marido Robert, sobre o fato de serem livres, se nunca ocorria alguma traição... Neste ponto Anne se mostra indignada e diz que esse tipo de juízo não faz parte de sua vivência com Dubreuilh... Em suas reflexões percebemos que, para ela, nunca causou espanto o fato de o marido pernoitar com moças encontradas em boates.
A conversa encaminha-se para uma proposta de passarem a noite juntos no quarto de Scriassine... Anne concordou... Exercia sua liberdade... Ninguém a forçara... A empatia foi suficiente. Durante as horas seguintes houve certo desconforto... Scriassine mostrou-se dominador e exigente em querer saber se satisfazia a outra... Dormiram e, no dia seguinte, ao se reencontrarem decidiram não repetir os episódios.
Continua em http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2011/10/os-mandarins-de-simone-de-beauvoir_11.html...
Leia: Os Mandarins. Editora Nova Fronteira.

Um abraço,
Prof.Gilberto

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