terça-feira, 27 de setembro de 2011

"Os Mandarins", de Simone de Beauvoir. Noite de Natal ao final da guerra

Os Mandarins se inicia com um encontro de amigos para a noite de Natal. É o final da guerra. A França estava definitivamente libertada... Aviões aliados cruzavam o céu de Paris. O Estúdio onde Henri Perron vivia receberia os convidados... Ali chegavam alguns intelectuais engajados na Resistência com motivos suficientes para comemorar... Estavam aliviados com a derrota nazista e com o fim das ações perigosas nas quais os mais jovens se arriscavam.
Anne, esposa de Robert Dubreuilh, é quem narra a história e apresenta as personagens centrais: Henri Perron é editor de L’Espoir, jornal independente e de fácil circulação entre o proletariado e a classe média moderada. Henri era casado com a devotada Paule. Porém ele mesmo já não suportava a convivência matrimonial... Henri revela seus planos imediatos que se resumem a realizar uma viagem e escrever um livro sobre os últimos anos que, para os franceses, significaram ocupação nazista e resistência... Mas seu texto deveria ser “algo leve”, um “romance alegre”...  Pretendia fazer isso após a viagem a Portugal, umas merecidas férias...
Os primeiros a chegarem ao estúdio para a celebração do Natal foram exatamente o casal Dubreuilh e a filha Nadine.
Robert era bem mais velho que Anne. No passado ele havia sido o professor por quem a acadêmica se apaixonara... Ela se tornara uma psicanalista que, numa época de tantos traumas, estava mesmo carregada de consultas. Nadine era uma jovem cheia de ansiedade por fazer algo... Pretendia ingressar na Universidade, mas enfrentava problemas com os conteúdos de Química. A moça participou da Resistência e teve um namorado, Diego, morto durante operações nazi ao tempo da ocupação. Sobre Robert, podemos ainda dizer que se tratava de um intelectual consagrado e sempre engajado politicamente, defendia o SRL como grupo que deveria agregar a todos, mantendo afastamento em relação ao Partido Comunista. Dubreuilh não entendia muito bem a decisão de Henri em torno do projeto de férias, deixando o jornal...
A equipe do jornal (Vincent, Lambert, Sézenac, Chancel) também apareceu no estúdio. Todos muito animados, bebiam, cantavam e dançavam. Havia muito que festejar. Quem apareceu também foi Claudie de Belzunce, um tipo que se interessava apenas em curtir a presença dos intelectuais e sair com um e outro eventualmente, sem grandes exercícios reflexivos... Jaennette Cange e Lucie Lenoir também estavam presentes e agradavam os rapazes com desenvoltura ao dançarem... Já eram bem conhecidas de várias outras ocasiões... Outro que apareceu foi Preston, um americano conhecido de Henri... Estava ali para beber com os amigos.
A “quase invisível” Paule pôs-se a tocar piano e a cantar... Todos aplaudiram, e a incentivaram a retomar a carreira artística. Bem que Henri gostaria que isso se tornasse um fato, mas sabia que Paule vivia apenas em função dele, arrastando-se aos seus pés...
Continua em http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2011/09/os-mandarins-de-simone-de-beauvoir-o.html...
Leia: Os Mandarins. Editora Nova Fronteira.

Um abraço,
Prof.Gilberto

Páginas