Devemos saber que Fogg conseguiu muito mais do que o transporte para a Europa... Na verdade ele passou a comandar o Henrietta tão logo o navio se afastou da costa.
Acontece que ele manteve-se firme no propósito de dirigir-se a Liverpool... De modo algum desistira da aposta.
Fogg notou que os marinheiros e foguistas não eram tão fiéis ao seu capitão... Seu dinheiro os convenceu a ajudá-lo a tornar-se senhor do navio. Speedy foi trancado em sua cabine enquanto o comando passava para outro chefe...
Aouda nada disse, mas só ela sabia o quanto estava preocupada com o desenrolar dos fatos. Fix continuou confuso, sem conseguir chegar a uma conclusão definitiva a respeito das manobras de Fogg. Passepartout confiava no patrão e achava que suas ações eram as mais acertadas para a ocasião.
(...)
Passepartout
contribuía de diversas formas e animava os foguistas. Os rapazes aprovavam o
seu modo de ser. Podemos dizer que ele já não se torturava com reflexões sobre
os atropelos que protagonizara até então.
O policial Fix não
entendia o que estava acontecendo... Como explicar que seu suspeito tivesse
decidido subornar a tripulação? Era provável que sua intenção não fosse a de
levar o Henrietta até Liverpool...
Fix pensava que, depois
de ter roubado 55 mil libras e atravessado quase todo o mundo, era bem provável
que Fogg se dirigisse a algum porto onde se sentisse seguro... Talvez o projeto
daquele tipo fosse o de se tornar um pirata!
Essa última
possibilidade angustiava o investigador... Suas interrogações eram tantas e tão
desencontradas que o levavam ao arrependimento por ter iniciado a perseguição.
(...)
O pobre capitão
Speedy, preso em sua cabine, berrava como louco.
Passepartout ficou encarregado de cuidar de sua alimentação... Pelo
menos isso nunca lhe faltou. Mas podemos imaginar o quanto o proprietário da
embarcação sofreu ao se ver encarcerado, excluído do ofício da navegação.
(...)
O Henrietta navegou satisfatoriamente...
No dia 13, quando se aproximou da região mais
baixa de Newfoundland, as condições atmosféricas mudaram completamente. O local
é marcado por terríveis temporais que ocorrem durante o inverno. A paisagem se
torna encoberta e fria. Ventos aterrorizantes desafiam as embarcações mais bem
equipadas.
Na medida em que o Henrietta
avançou, passageiros e tripulantes notaram o agravamento das condições
adversas. Um furacão começou a se formar!
As águas agitadas invadiam o convés... Eventualmente as pás da
embarcação balançada pelo mar se elevaram acima da superfície... Passepartout
fechou o semblante prevendo o pior...
Phileas
Fogg mostrou-se “valente” e. como se fosse marujo dos mais experientes,
enfrentou as ondas mantendo pressão nas caldeiras.
(...)
Apesar da violência
inicial da intempérie, a atmosfera não se tornou gélida... O maior
inconveniente era o fato de os ventos soprarem de sudeste, pois isso
impossibilitava a utilização das velas.
Fogg
persistiu em sua tática de manter alta pressão nas caldeiras... Pelo visto, ao
proceder dessa forma, ele acertou.
No dia 16, sua volta ao mundo completava setenta e cinco dias... Àquela
altura, metade do percurso entre Nova York e Liverpool havia se completado e a
pior área para a navegação havia sido superada...
Se tivéssemos
acesso à sua “planilha de navegação”. Observaríamos que ela não acusava nenhum
atraso significativo.
Continua em http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2017/08/a-volta-ao-mundo-em-oitenta-dias-de_17.html
Leia: A
Volta ao Mundo em Oitenta Dias – Coleção “Eu Leio”. Editora Ática.
Um abraço,
Prof.Gilberto