quinta-feira, 17 de agosto de 2017

“A Volta ao Mundo em Oitenta Dias”, de Júlio Verne – da “Coleção eu Leio” – a quantidade de carvão era insuficiente para manter o vapor até Liverpool; Fix ainda não acreditava que o destino de Fogg fosse a Inglaterra; negociando a compra da embarcação (parte dela) com Speedy

Talvez seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2017/08/a-volta-ao-mundo-em-oitenta-dias-de_88.html antes de ler esta postagem:

Sem poder aproveitar o vento, recorria-se ao vapor.
Aconteceu que o maquinista dirigiu-se a Fogg para tratar de um assunto muito sério.
Passepartout conseguiu ouvir um trecho da conversa e notou que o patrão demonstrou certa preocupação ao perguntar ao marujo se ele tinha certeza do que dizia...
O maquinista havia lhe dito que desde que saíram de Nova York as fornalhas foram mantidas de modo a proporcionar vapor máximo à embarcação... Ocorre que o carvão que levavam era suficiente para a viagem até Bordeaux, e não até Liverpool.
Fogg respondeu que ainda pensaria a respeito e dispensou o rapaz... Passepartout foi tomado por novas preocupações, pois começou a imaginar que provavelmente faltaria carvão. Haveria modo de sair desse novo enrosco?
O francês não perguntou nada a Fogg... Pelo menos não daria a entender que era daqueles que ficava bisbilhotando conversas alheias.
(...)
Todavia a preocupação tomou conta de Passepartout novamente... Faltaria carvão e seria impossível o Henrietta chegar a Liverpool! Ao mesmo tempo entendia que não podia deixar de confiar na capacidade de seu patrão... Ele certamente daria jeito a mais este imprevisto.
Quando topou Fix pelo caminho falou-lhe a respeito do que tinha ouvido. O policial não pôde acreditar que o criado de Fogg imaginava que o Henrietta navegava mesmo para Liverpool.
Fix quis saber do próprio Passepartout, e este lhe respondeu que “claro que sim”. O policial vociferou que o criado só podia ser um imbecil e na sequência deu-lhe as costas.
(...)
À noite, Fogg chamou o maquinista para comunicar que a ordem era manter “fogo nas fornalhas”... Manteriam a pressão até que o combustível se esgotasse.
A ordem foi cumprida e o Henrietta seguiu desempenhando a maior velocidade que podia.
Porém, conforme o maquinista previra, no dia 18 esperava-se que o carvão acabasse. Fogg insistiu que a pressão deveria ser mantida.
Por volta do meio-dia, o inglês calculou a posição do navio... Pediu a Passepartout que chamasse o capitão Speedy. O rapaz sabia que o tipo estaria furioso.
De fato, conforme se encaminhava ao tombadilho, Speedy vociferava insultos. Ele se aproximou de Fogg querendo saber onde estavam... Este explicou que o Henrietta estava a 700 milhas de Liverpool.
Evidentemente o capitão mostrava-se irritado. Ele soltava vários impropérios contra o inglês, que procurava acalmá-lo enquanto dizia que precisava comprar a embarcação.
Speedy foi incisivo ao garantir que o Henrietta não estava à venda. Fogg apressou-se a dizer que precisava queimar a parte de cima. O proprietário se espantava a cada palavra que ouvia. O que lhe faltava acontecer? Até que ponto estava disposto a ouvir ousadias do inglês?
Fogg explicou que estavam sem combustível... O natural de Cardiff argumentou que o Henrietta valia cinquenta mil dólares e de modo algum podia conceber que quisessem queimá-lo. No mesmo instante Fogg estendeu-lhe um maço de notas que somavam sessenta mil dólares.
(...)
Andrew Speedy se estabelecera nos Estados Unidos... Pensava como norte-americano...
Sua fúria diminuiu consideravelmente ao reconhecer que estava diante de uma negociação vantajosa. O Henrietta contava vinte anos e tudo o que o outro desejava era o madeiramento.
Ele deu a entender que entrariam em acordo ao ressaltar que não abria mão do casco de ferro.
Fogg não objetou e acrescentou que o capitão continuaria a ser dono também dos motores.
Leia: A Volta ao Mundo em Oitenta Dias – Coleção “Eu Leio”. Editora Ática.
Um abraço,
Prof.Gilberto

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