sábado, 24 de junho de 2017

“A Volta ao Mundo em Oitenta Dias”, de Júlio Verne – da “Coleção eu Leio” – imensa manada de bisões atravessam a linha férrea e interrompem o trem por longas horas; um pouco sobre o porte desses animais; Passepartout revoltado com o atraso; manhã do dia 6 de dezembro na região do Grande Lago Salgado; o elder Willian Hitch convida

Talvez seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2017/06/a-volta-ao-mundo-em-oitenta-dias-de_90.html antes de ler esta postagem:

Após o almoço, Fogg e seus companheiros de viagem retornaram ao vagão, onde se acomodaram de modo satisfatório e passaram a contemplar a paisagem constituída de montanhas verdejantes, pradarias imensas e riachos volumosos... Ao longe era possível avistar manadas com numerosos bisões.
A respeito desses animais que os americanos insistiam chamar de búfalos, Verne destaca que em várias ocasiões milhares deles se tornavam um estorvo para os trens. É que de repente as manadas surgiam atravessando os trilhos e a máquina era obrigada a permanecer por várias horas parada até que todos ultrapassassem a linha férrea. Sem dúvida os bisões constituíam um grave perigo para a segurança dos que viajavam de trem.
(...)
Aconteceu que entre dez e doze mil bisões barraram a locomotiva... Na alta madrugada, por volta das três horas, o maquinista notou a movimentação e diminuiu a velocidade... Sabia que era inútil tentar abrir o caminho avançando a dianteira da composição “no flanco da imensa coluna”. Corretamente decidiu parar e aguardar que a linha ficasse livre. Não há como detê-los a partir do momento em que definem uma “migração”... Nem mesmo há o que fazer para desviá-los.
Sobre o porte dos bisões americanos, Verne garante que são superiores aos touros que se encontram no continente europeu.... São dotados de pernas e rabos mais curtos, possuem uma musculosa corcova e chifres separados desde a cabeça, que (assim como o pescoço e o lombo) é coberta por crinas compridas.
Os passageiros se colocaram em posições diversas nos corredores para contemplar o evento espetacular. Phileas Fogg, que sem dúvida era quem mais desejava que aquilo tivesse logo fim, permaneceu impassível em seu lugar.
O criado Passepartout tornou-se furioso com o atraso que os bichos estavam provocando e não deixou de expressar que aquilo era uma mácula para o país. Por causa de simples bois, trens eram interrompidos! Bem que poderia usar suas armas... Mas em seu íntimo sabia que aquilo era impróprio. Será que o patrão previra aquele tipo de contratempo?
(...)
O maquinista havia sido prudente. No alto de sua experiência, sabia que o avanço sobre a manada podia significar um descarrilamento. O melhor era esperar e depois recuperar o tempo perdido.
Depois de três horas de parada, ainda havia bisões cruzando a linha do trem. A noite se iniciava quando a ferrovia ficou desimpedida... Quem contemplasse os animais em sua retirada notaria que (muito ao longe) os primeiros exemplares deviam estar já em terras distantes ao sul.
Os desfiladeiros dos montes Humboldt foram ultrapassados às oito... O trem chegou à região do Grande Lago Salgado, em Utah, às nove e meia da noite.
(...)
Era a noite do dia 5 de dezembro.
Ao amanhecer do dia seguinte, o trem havia percorrido oitenta quilômetros em linha que se dirigia para sudeste e depois para nordeste.
Passepartout levantou-se cedo e às nove da manhã se dirigiu às passarelas mais arejadas para tomar ar. A máquina percorria a vastidão caracterizada pelo grande Lago Salgado.
O dia amanhecera frio e cinzento, mas não caía neve. O francês permaneceu a contemplar o disco solar... Distraiu-se a imaginar que a estrela fosse uma grande moeda de ouro... Qual seria o seu valor em libras esterlinas?
De repente um tipo bem esquisito chamou a sua atenção. Tratava-se de um homem de elevada estatura, pele queimada, bigodes pretos e chamativos... Sua indumentária era basicamente preta (meias, chapéu de seda, calças e colete), a gravata era branca e nas mãos trazia “luvas de pele de cão”.
O tipo lembrava um reverendo e percorria os vários vagões, e na porta de cada um deles colava (com miolo de pão) um panfleto escrito à mão.
No papel, Passepartout pôde ler que aquele era o missionário mórmon, honrado “elder” (um sábio ancião) Willian Hitch, que estava naquele trem nº 48 para realizar uma palestra a respeito de sua religião. Convidava a todos os senhores que desejassem maiores informações sobre o mormonismo para uma reunião no vagão 117. Os “mistérios da religião dos Santos dos Últimos Dias” seriam elucidados por ele das 11:00 às 12:00.
Leia: A Volta ao Mundo em Oitenta Dias – Coleção “Eu Leio”. Editora Ática.
Um abraço,
Prof.Gilberto

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