domingo, 5 de fevereiro de 2017

“Santos-Dumont na Coleção brasiliana Itaú” – exposição do Instituto Itaú Cultural – um pouco a respeito da exposição e sobre os antepassados de Santos Dumont – parte I

O Instituto Itaú Cultural promoveu a exposição “Santos-Dumont na Coleção brasiliana Itaú”, encerrada neste 29 de janeiro.
Logo à entrada o visitante era convidado a responder o que conhece a respeito de Santos Dumont... Todos sabem algo a respeito dele. Sem dúvida as respostas mais comuns eram que ele é “o pai da aviação” e “o inventor do 14-Bis”.
A exposição nos levava a embasar ainda mais o que conhecemos e também a acrescentar outras percepções... À saída tínhamos a oportunidade de responder à mesma questão proposta à entrada.
O público pôde contemplar documentos interessantíssimos... Vídeos, fotografias, fragmentos de jornais, postais, modelos reduzidos de balões, do 14-Bis e de outros inventos como o lançador de boias aos banhistas em risco de afogamento nos dão uma ideia da genialidade criativa de Santos-Dumont...
Essas peças todas são do acervo do Instituto... Um dos objetos, o “conversor marciano”, uma “mochila metálica” que tinha o propósito de ajudar o esquiador na subida das montanhas, foi emprestado pela Fundação Santos Dumont.
(...)
O avô paterno de Alberto Santos-Dumont era um francês (François Dumont) que durante o século XIX resolveu instalar-se na região de Diamantina (Minas Gerais). Por aquela época muitos europeus resolveram se transferir para o Brasil, onde buscavam prosperar em lavras de diamantes. François Dumont era joalheiro, então a escolha do lugar não foi por acaso...
Após a morte de François Dumont, seu filho Henrique foi encaminhado aos estudos de Física e Matemática... Estudou na França e, formado em engenharia, apaixonou-se por mecânica...
A sociedade vivia tempos de euforia marcados pelas conquistas científicas e tecnológicas... Eram os tempos da Belle Époque. É verdade que o senhor Henrique procurou adquirir terras para a extração mineral logo que retornou ao Brasil... Todavia a escassez de pedras preciosas o levou a projetos de obras públicas (navegação, ferrovias...). Mais tarde a produção cafeeira tornou-se opção. Isso foi mais ou menos após o nascimento de Alberto Santos Dumont.
(...)
Ele foi o sétimo filho de Henrique Dumont com Francisca dos Santos (essa informação foi retirada da antiga coleção "grandes Personagens da Nossa História", Editora Abril; outras fontes dão a entender que ele foi o sexto filho do casal). Nasceu no dia 20 de julho de 1873 na fazenda Cabangu (localizada numa área onde se desenvolveu o município de Palmyra, que desde 1932 passou a se chamar Santos Dumont em homenagem ao ilustre filho do lugar).
Depois de juntar algum dinheiro, Henrique adquiriu terras em Ribeirão Preto... Além dos escravos, a fazenda contava com imigrantes europeus assalariados e o que havia de mais moderno em termos de maquinaria.
A exposição salientou que a infância de Alberto Santos Dumont foi de encanto pelas máquinas da fazenda (descascadora, ensacadora, e várias outras)... Brincava com as máquinas e lia os livros de Júlio Verne... A ideia de que um dia o ser humano conseguiria voar foi forjada por esse tempo. Não é por acaso que a exposição exibiu alguns livros e gravuras que ilustravam as obras de Verne...
(...)
As festividades juninas em celebração a São João, Santo Antônio e São Pedro eram das mais animadas... Fogueiras e balões faziam a alegria da criançada. Já naquela época Santos Dumont imaginava possibilidades.
Um abraço,
Prof.Gilberto

Páginas