sábado, 8 de outubro de 2016

“O Homem Duplicado”, de José Saramago – final da conversa com o diretor a respeito da proposta de mudança no método de ensinar; evitando a sala dos professores e conversas sobre “inocentes expressões coloquiais”; após a aplicação dos exercícios e a resposta ao chefe, um fim-de-semana de ansiedade; Maria comunica o recebimento da resposta da produtora

Talvez seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2016/10/o-homem-duplicado-de-jose-saramago_7.html antes de ler esta postagem:

Estamos no ponto em que o diretor tentava convencer o professor de História a produzir um relatório para enviar ao Ministério da Educação.

Tertuliano mostrou-se desanimado... Respondeu que ficariam a esperar sem nenhum outro incentivo... O diretor explicou que nesse intervalo a escola podia organizar debates, envolver outras unidades que participariam de conferências... Certamente os meios de comunicação divulgariam em algum momento!
Para Tertuliano isso corresponderia a provocar as autoridades... Disse que o Ministério solicitaria o fim das conversações. O diretor observou que o professor não se entusiasmara com sua ideia.
Tertuliano respondeu que poucas coisas o entusiasmavam tanto... Depois se referiu às férias sem saber o que elas lhe reservavam.
O chefe pediu que se explicasse melhor. Ele respondeu que teria de tomar decisões importantes e que provavelmente não teria tempo para se dedicar à tão importante tarefa, que exigia dedicação total.
Não restava alternativa senão dar o assunto por encerrado... Foi isso o que o chefe propôs... Porém Tertuliano pediu um tempo para pensar... Garantiu que até o final da semana daria uma resposta.
O diretor aceitou e manifestou o desejo de ouvir algo positivo... Tertuliano respondeu que não podia garantir...
O chefe revelou sua preocupação ao vê-lo tão fragilizado emocionalmente... Quis saber a respeito das aulas... Tertuliano disse que estavam satisfatórias e que os alunos se engajavam nos estudos, pois na próxima quinta-feira fariam importante atividade avaliativa...
Ficaram nisso... O diretor sorriu ao lembrá-lo de que o aguardava na próxima sexta.
Finalizou dizendo que já sabia quem nomearia para a coordenação do projeto piloto.
(...)
Tertuliano agradeceu... Retirou-se do gabinete e seguiu para a sala dos professores... Poderia ler jornal até que desse o horário do almoço.
Porém ao se aproximar da sala pensou que não gostaria de participar das conversas com os colegas... Lembrou-se da que tiveram pela manhã sobre as “inocentes expressões coloquiais”.
Considerou que não se sentiria bem junto aos pares. Então resolveu almoçar num restaurante vizinho da escola.
Retornou para a segunda aula... Não reencontrou os companheiros até o fim do período... E antes que a tarde terminasse já estava em casa.
(...)
Buscou repouso no sofá... Fechou os olhos e tentou dormir... Pensou um pouco sobre o pedido do diretor, mas suas reflexões teimavam em torturá-lo com a ansiedade em relação à carta que enviara à produtora em nome de Maria da Paz.
(...)
O tempo passou... Consideremos o desenrolar dessa semana.
Deu suas aulas... Confeccionou o material para os exercícios que havia divulgado aos alunos...
Na sexta-feira bateu à porta da sala do diretor para comunicar-lhe a sua decisão... A resposta foi positiva, e isso deixou o chefe contente.
Resolveu não sair de casa durante o fim-de-semana. Telefonou à Maria para saber se ela recebera alguma correspondência em resposta à carta.
O professor de Matemática telefonou-lhe querendo saber se estava tudo bem com ele...
Adiantou a leitura sobre as civilizações mesopotâmicas... Terminou a parte sobre os amorreus e começou a que tratava dos assírios.
Assistiu a documentários sobre os antepassados humanos e sobre as glaciações no continente europeu...
Ligou novamente para Maria. A moça notou que seu tom de voz denunciava alguma debilidade... Ela sugeriu que podiam se encontrar... Tertuliano a convidou. A visita resultou em amistosa e, depois de passarem algum tempo entrelaçados na cama, jantaram fora.
No primeiro dia útil da semana seguinte, Maria telefonou-lhe do banco para dizer que havia recebido a resposta da produtora de filmes.
Leia: O Homem Duplicado. Companhia das Letras.
Um abraço,
Prof.Gilberto

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