Talvez seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2013/09/o-guarani-de-jose-de-alencar-peri_29.html
antes de ler esta postagem:
O conflito de
aventureiros contra o fidalgo e seus homens foi suspenso... Os dois grupos
passaram a se dedicar à defesa em relação aos temíveis aimoré... Mas Loredano
mantinha vivos os seus desejos de destruir d. Antônio e Álvaro, e também o de
se apoderar de Cecília.
O italiano bem sabia que não podia avançar contra o casarão porque isso
o tornaria frágil aos ataques dos selvagens... Esses tinham a dificuldade de
atacar a casa devido à sua “posição inexpugnável” e de acesso apenas pela
escada de pedra... É por isso que d. Mariz não deixava de atacar os aimoré que
se aproximavam por ali...
Loredano conjecturava sobre todas essas situações e
esperava que, sem luta, o fidalgo e seu “estado maior” (Álvaro, Aires Gomes e
Peri) morressem... Depois disso não seria difícil se tornar “senhor do lugar” e
contar com o apoio dos demais. Restaria combater os indígenas, capturar Cecília...
Seria feliz? A possibilidade era remota e o mais provável seria a sua morte...
Ao menos teria “esgotado até ao meio a taça do prazer que seus lábios (nem)
sequer haviam tocado”.
Para a sorte de Loredano,
os aimoré atacavam a parte do casarão onde estavam d. Mariz, seus familiares e
companheiros... O bandido seguia refletindo sobre o desencadeamento desses
acontecimentos quando Martim Vaz se aproximou... Esse tipo havia se tornado o
homem de sua confiança desde as mortes de Soeiro e Simões... Ele era o único
que sabia dos segredos dele, pois Loredano desconfiava que os demais fossem suscetíveis
à influência de d. Mariz.
Vaz explicou-lhe que o ataque à casa possuía um
entrave que não esperavam: uma porta “pregada por dentro”... Ele estava
investigando as possibilidades de um ataque aos inimigos partindo de uma sala
que servia de cozinha e despensa aos aventureiros... Loredano despertou João
Feio para deixá-lo de guarda enquanto seguiu com o outro até a tal porta que dava
acesso à parte utilizada por d. Mariz e sua família.
Aconteceu que no momento em que passava para a sala interior, a luz que
Vaz carregava se apagou... Loredano se queixou e o moço explicou que uma
surpreendente corrente de vento eliminou o fogo... Enquanto Vaz saiu para
providenciar outro fogo, o italiano teve a impressão de ouvir uma respiração
humana. Então se armou com o seu punhal e preparou-se para atacar quem quer que
fosse que por ali estivesse. Apesar de não ouvir mais nada que o incomodasse,
resolveu golpear sua lâmina no ar no momento em que Martim Vaz chegava com o
fogo. Para a surpresa de ambos, o punhal estava ensanguentado... Concluíram que
devia haver algum inimigo escondido... Mas após uma agitação no telhado, um
morcego ferido passou por eles. Isso os tranquilizou.
Após esse episódio, seguiram por uma estreita brecha que deveria dar
para o interior da casa... Mais à frente chegaram a uma varanda que topava com
paredes de cômodos... De um lado o abandonado quarto de Cecília, e do outro o
oratório e o gabinete de armas de d. Mariz. Era na parte em que se localizava o
gabinete que havia uma porta de jacarandá pregada pelo outro lado.
Loredano viu que se tratava de um obstáculo de
difícil transposição... Mas se conseguissem passar por ele teria condições de
assassinar os seus inimigos desprevenidos... Seus pensamentos eram só lamento
até que verificou que havia uma pequena fresta no alto da parede do oratório...
Ele viu que naquele local a construção era de apenas um tijolo. Então a parede
fina, que tinha a função de separar o oratório da varanda (anteriormente os
locais deviam se ligar pelo corredor), se apresentava ideal para o assalto que
desejava realizar... Com a ponta da faca, Loredano tirou o reboco da parede e
notou a viga que a sustentava. Ele calculou que em duas horas conseguiriam
removê-la e, assim, invadir o ambiente de d. Mariz.
Continua em http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2013/10/o-guarani-de-jose-de-alencar-peri.html
Leia: O guarani. Editora Ática.
Um abraço,
Prof.Gilberto
segunda-feira, 30 de setembro de 2013
“O Guarani”, de José de Alencar – os aimoré atacavam incessantemente a parte da casa onde se encontrava a família de d. Mariz; misterioso vento na despensa dos aventureiros; morcego golpeado; Martim Vaz encontrou uma porta trancada por dentro e uma frágil parede que dava para o interior do oratório; Loredano notou que era por ali que deveriam realizar a invasão
domingo, 29 de setembro de 2013
“O Guarani”, de José de Alencar – Peri elaborou um plano para enfrentar os inimigos da casa; à Cecília disse que não haveria o que temer; ao destruir suas armas, entendemos que o seu projeto era “ser vencido”; Loredano e suas reflexões sobre as chances de realização que teve e os riscos de morte que correu
Talvez seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2013/09/o-guarani-de-jose-de-alencar-momentos.html
antes de ler esta postagem:
Mergulhado em seus pensamentos, Peri continuou sua vigília junto a sua senhora. Algo o preocupava... Depois de um bom tempo levantou-se com ares de tristeza e encaminhou-se à porta da sala... A menina despertou e o advertiu sobre a sua promessa de não se afastar... Ele respondeu que desejava salvá-la fazendo algo que tinha em seu pensamento...
É claro que Cecília não entendeu como é que ele poderia trazer alguma solução para o seu padecimento, e mais ainda de que forma ele executaria algum plano sem correr nenhum perigo. Então ela sentenciou que rejeitaria qualquer salvamento que implicasse o sacrifício do amigo. Peri entendeu que as palavras de sua senhora eram uma ameaça... Ele quis sossegá-la dizendo que não temia aos aimoré e que sabia como derrotá-los... A menina não conseguia pensar da mesma maneira porque a primeira coisa que lhe vinha à mente era a grande quantidade de inimigos a serem derrotados... No entanto Peri garantia que derrotaria a todos, aimoré e brancos, ainda que somassem mil agressores.
Neste ponto temos a oposição entre a limitada e temerosa mentalidade de Cecília e a confiança de Peri em seu pensamento (sem dúvida, uma de suas principais armas dadas por Deus)... Sua força física, destreza e inteligência no combate aos inimigos não eram desprezíveis. Mas ele mesmo sabia que elas seriam insuficientes em sua empreitada.
Cecília insistiu que a convicção de Peri era apenas uma ilusão, e que seu sacrifício resultaria em inútil... Mas a cada advertência dela, ele manifestava maior confiança. Ela quis saber de onde vinha a força necessária ao combate que travaria... Ele respondeu que apenas a sua senhora bastava-lhe para encher-lhe de energia... Destacou que ela seria a sua fonte de inspiração...
Cecília se encheu de emoção ao ouvir essas palavras... Disse que ele poderia seguir em seus planos, mas alertou-o (se morresse) que o seu sacrifício seria rejeitado por ela. A palavra final de Peri era de animação... De sua parte, sentenciou que o sol que se levantaria no dia seguinte seria o último para todos os inimigos de Ceci, que poderia sorrir como dantes, e ficar alegre e contente.
Ele disse isso e se retirou... Na esplanada observou o céu e viu que as estrelas já estavam desaparecendo... Neste ponto do texto não temos a menor ideia sobre qual era o projeto do personagem... Percebemos apenas que ele demonstrava muita confiança... Depois de passar pelo jardim, entrou no abandona do quarto de Cecília. Ali pegou cada uma de suas armas e as beijou. Colocou-as no chão e retirou as penas de suas flechas. Na sequência depositou a pluma de seu cocar por cima delas. Quebrou o seu arco e juntou ao monte que se formou... Despediu-se de suas armas selvagens e pronunciou algo referente à eficiência que elas lhe proporcionavam no combate aos inimigos...
Mas a sua ideia era “ser vencido”... O “guerreiro goitacá, nunca vencido” iria sucumbir na guerra... Sua arma (o arco de Ararê) não deveria vê-lo “pedir a vida ao inimigo”.
Peri abraçou suas armas, despedindo-se delas... Depois quebrou a axorca (uma espécie de pulseira) feita de pequenos cocos que levava na perna... Ele pegou dois coquinhos e os partiu “sem separar as cascas”... Fechou-os na mão, levantou o braço e saiu do quarto.
Mergulhado em seus pensamentos, Peri continuou sua vigília junto a sua senhora. Algo o preocupava... Depois de um bom tempo levantou-se com ares de tristeza e encaminhou-se à porta da sala... A menina despertou e o advertiu sobre a sua promessa de não se afastar... Ele respondeu que desejava salvá-la fazendo algo que tinha em seu pensamento...
É claro que Cecília não entendeu como é que ele poderia trazer alguma solução para o seu padecimento, e mais ainda de que forma ele executaria algum plano sem correr nenhum perigo. Então ela sentenciou que rejeitaria qualquer salvamento que implicasse o sacrifício do amigo. Peri entendeu que as palavras de sua senhora eram uma ameaça... Ele quis sossegá-la dizendo que não temia aos aimoré e que sabia como derrotá-los... A menina não conseguia pensar da mesma maneira porque a primeira coisa que lhe vinha à mente era a grande quantidade de inimigos a serem derrotados... No entanto Peri garantia que derrotaria a todos, aimoré e brancos, ainda que somassem mil agressores.
Neste ponto temos a oposição entre a limitada e temerosa mentalidade de Cecília e a confiança de Peri em seu pensamento (sem dúvida, uma de suas principais armas dadas por Deus)... Sua força física, destreza e inteligência no combate aos inimigos não eram desprezíveis. Mas ele mesmo sabia que elas seriam insuficientes em sua empreitada.
Cecília insistiu que a convicção de Peri era apenas uma ilusão, e que seu sacrifício resultaria em inútil... Mas a cada advertência dela, ele manifestava maior confiança. Ela quis saber de onde vinha a força necessária ao combate que travaria... Ele respondeu que apenas a sua senhora bastava-lhe para encher-lhe de energia... Destacou que ela seria a sua fonte de inspiração...
Cecília se encheu de emoção ao ouvir essas palavras... Disse que ele poderia seguir em seus planos, mas alertou-o (se morresse) que o seu sacrifício seria rejeitado por ela. A palavra final de Peri era de animação... De sua parte, sentenciou que o sol que se levantaria no dia seguinte seria o último para todos os inimigos de Ceci, que poderia sorrir como dantes, e ficar alegre e contente.
Ele disse isso e se retirou... Na esplanada observou o céu e viu que as estrelas já estavam desaparecendo... Neste ponto do texto não temos a menor ideia sobre qual era o projeto do personagem... Percebemos apenas que ele demonstrava muita confiança... Depois de passar pelo jardim, entrou no abandona do quarto de Cecília. Ali pegou cada uma de suas armas e as beijou. Colocou-as no chão e retirou as penas de suas flechas. Na sequência depositou a pluma de seu cocar por cima delas. Quebrou o seu arco e juntou ao monte que se formou... Despediu-se de suas armas selvagens e pronunciou algo referente à eficiência que elas lhe proporcionavam no combate aos inimigos...
Mas a sua ideia era “ser vencido”... O “guerreiro goitacá, nunca vencido” iria sucumbir na guerra... Sua arma (o arco de Ararê) não deveria vê-lo “pedir a vida ao inimigo”.
Peri abraçou suas armas, despedindo-se delas... Depois quebrou a axorca (uma espécie de pulseira) feita de pequenos cocos que levava na perna... Ele pegou dois coquinhos e os partiu “sem separar as cascas”... Fechou-os na mão, levantou o braço e saiu do quarto.
(...)
Enquanto Peri definia
seus rituais de entrega ao conflito aberto contra uma quantidade colossal de
inimigos, Loredano estava do outro lado da esplanada a caminhar e a refletir
sobre os seus últimos dias... Por diversos dias estivera prestes a morrer... E
por outras imaginou que a sorte, poder e felicidade estivessem ao seu
alcance... Mas pelo visto, enquanto a morte o respeitava, a realização material
se desfizera como um sonho que se vai ao despertarmos...
O bandido pensava no ataque iniciado a d. Mariz
(que certamente resultaria na destruição de seus inimigos) frustrado pelo
ataque aimoré. Decididamente, não fosse aquilo, a situação de momento seria bem
diferente e favorável a ele.
Continua em http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2013/09/o-guarani-de-jose-de-alencar-os-aimore.html
Leia: O guarani. Editora Ática.
Um abraço,
Prof.Gilberto
Mestres do Renascimento – Obras-primas italianas – Centro Cultural Banco do Brasil – São Paulo
Hoje é o último dia
para quem deseja apreciar Mestres do
Renascimento “obras-primas italianas”, que está no Centro Cultural Banco do
Brasil desde 13 de julho. Mais de 50 obras (há esculturas também) podem ser contempladas... A entrada é franca.
O Centro Cultural, que se situa à Rua Álvares Penteado, 112, está promovendo a “Virada Renascentista” e desde as 7:00 de ontem até as 22:00 de hoje o funcionamento é ininterrupto. Certamente as filas estarão mais aliviadas. Na manhã deste último sábado a espera era de duas horas... E é claro que valeu a pena.
A visitação tem início no quarto andar do prédio e prossegue até o subsolo. Cada pavimento foi organizado de modo a proporcionar uma viagem pelos principais centros renascentistas.
Não por acaso o primeiro ambiente destaca Florença, pois a cidade marca o início do Renascimento. Neste pavimento exposição destaca, entre outros, obras de Botticelli (Santo Agostinho escrevendo; Anunciação); Rafael Sanzio (Cristo Abençoando); Michelangelo (um Estudo de fortificação para a Porta al Prato).
O terceiro andar está reservado para Roma. Outro Estudo de Portal, de Michelangelo, pode ser apreciado aí. De Andrea di Cristoforo Bregno há duas peças em mármore (Cabeça de menino; Cabeça feminina); de Mino di Giovanni há o Penitência e estudo de São Jerônimo, entre várias outras obras.
Veneza, Ferrara, Milão e Urbino são destacadas no segundo andar... Retrato de Elisabetta Gonzaga, obra de Rafael Sanzio em Urbino, está instalada aí, bem como A flagelação de Cristo (de Girolamo Sellari - Ferrara), Anunciação (de Giovanni Bellini – Veneza), Retrato de um cavalheiro flautista (de Giovanni Girolamo Savoldo – Milão) e Leda e o cisne (de Leonardo da Vinci – Milão)...
No primeiro andar há painéis didáticos que apresentam a cronologia renascentista, reproduzem importantes obras, como a Última Ceia, de Leonardo da Vinci.
As cidades, os museus, palácios, igrejas e capelas com suas esculturas e afrescos são apresentados na Sala de vídeo instalada no subsolo. As imagens e narrativas complementam a exposição visitada. Vale a pena conferir.
Um abraço,
Prof.Gilberto
O Centro Cultural, que se situa à Rua Álvares Penteado, 112, está promovendo a “Virada Renascentista” e desde as 7:00 de ontem até as 22:00 de hoje o funcionamento é ininterrupto. Certamente as filas estarão mais aliviadas. Na manhã deste último sábado a espera era de duas horas... E é claro que valeu a pena.
A visitação tem início no quarto andar do prédio e prossegue até o subsolo. Cada pavimento foi organizado de modo a proporcionar uma viagem pelos principais centros renascentistas.
Não por acaso o primeiro ambiente destaca Florença, pois a cidade marca o início do Renascimento. Neste pavimento exposição destaca, entre outros, obras de Botticelli (Santo Agostinho escrevendo; Anunciação); Rafael Sanzio (Cristo Abençoando); Michelangelo (um Estudo de fortificação para a Porta al Prato).
O terceiro andar está reservado para Roma. Outro Estudo de Portal, de Michelangelo, pode ser apreciado aí. De Andrea di Cristoforo Bregno há duas peças em mármore (Cabeça de menino; Cabeça feminina); de Mino di Giovanni há o Penitência e estudo de São Jerônimo, entre várias outras obras.
Veneza, Ferrara, Milão e Urbino são destacadas no segundo andar... Retrato de Elisabetta Gonzaga, obra de Rafael Sanzio em Urbino, está instalada aí, bem como A flagelação de Cristo (de Girolamo Sellari - Ferrara), Anunciação (de Giovanni Bellini – Veneza), Retrato de um cavalheiro flautista (de Giovanni Girolamo Savoldo – Milão) e Leda e o cisne (de Leonardo da Vinci – Milão)...
No primeiro andar há painéis didáticos que apresentam a cronologia renascentista, reproduzem importantes obras, como a Última Ceia, de Leonardo da Vinci.
As cidades, os museus, palácios, igrejas e capelas com suas esculturas e afrescos são apresentados na Sala de vídeo instalada no subsolo. As imagens e narrativas complementam a exposição visitada. Vale a pena conferir.
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sexta-feira, 27 de setembro de 2013
“O Guarani”, de José de Alencar – momentos de prostração na casa; Álvaro e Isabel conversam sobre seus sentimentos; revelações, desalento, compromissos e esperança
Talvez seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2013/09/o-guarani-de-jose-de-alencar-tregua-nao.html
antes de ler esta postagem:
Vimos que os agregados de d. Mariz suportavam aos ataques aimoré como podiam... Notamos também que, apesar da altivez que procuravam demonstrar, a esperança era minguada.
Vimos que os agregados de d. Mariz suportavam aos ataques aimoré como podiam... Notamos também que, apesar da altivez que procuravam demonstrar, a esperança era minguada.
(...)
D. Antônio saiu para render Álvaro... Pouco depois o moço entrou, e via-se
que o seu gibão havia sido rasgado por uma flecha que quase o atingiu. Como o
forro de seu casaco era escarlate, a impressão que se tinha era que o rapaz
estivesse sangrando... Imediatamente Isabel aproximou-se dele para prestar
socorro. Ele explicou-lhe o que havia se passado enquanto era conduzido
pela mão dela até o local onde estava instalada (próximo à janela) há um bom
tempo.
É certo que ele tentava se desvencilhar sua mão das
dela, mas era verdade que a precária condição em que estavam vivendo havia
aproximado os seus corações... Olhares e palavras eram trocados entre eles mais
do que nos tempos de paz. Álvaro percebia que os seus sentimentos em relação à moça
estavam alterados. Ele a amava, mas a sua “ética fidalga” forçava-o a manter-se
fiel à promessa que selara junto a d. Mariz... O moço vivia o conflito entre
esse amor e a necessidade de anulá-lo. Intimamente não queria exigir que Isabel
desistisse de seus sentimentos, pois ele também estava apaixonado...
Era uma luta em que ele sabia que estava sendo derrotado. Se o encontro que
tiveram por ocasião do passeio se repetisse, certamente Álvaro cairia aos pés
de Isabel... Doía-lhe notar que a moça não mais o perseguia, mantendo-se
reservada e sem esperanças de ser correspondida.
Mas as circunstâncias permitiam a aproximação dos
dois. Ele quis saber o que ela queria... Isabel, que era só encanto, respondeu
que desejava apenas olhá-lo mais calmamente porque não tinha certeza se teria
outra chance... Álvaro pediu-lhe que não alimentasse pensamentos tristes. Sobre
isso, ela revelou que o observava pela fresta da janela e viu quando ele
quase foi atingido... O rapaz espantou-se com a imprudência da menina, pois a
fresta aberta, e já crivada de flechas, se tornava um alvo para os guerreiros
aimoré...
Isabel ouviu as advertências do amado e respondeu que sua vida nada
valia, pois nada a prendia além de poder acompanhá-lo “com os olhos e o
pensamento”. Álvaro deixou escapar que a tristeza manifestada por Isabel
partia-lhe a alma. Ela lamentou que até naquela situação o fizesse sofrer, pois
via que ele procurava manter-se apartado dela para evitar que Cecília pensasse
algo relacionado a algum sentimento que ele pudesse nutrir por ela... O rapaz
respondeu que o seu medo era o de realmente amar Isabel.
Os dois se comoveram com as palavras que trocaram... Principalmente
porque Álvaro deixou escapar o seu segredo de amor... Para evitar maiores
complicações, o moço completou dizendo que ela não sabia que ele havia
prometido a d. Mariz tornar-se marido de Cecília. Como que a se desculpar,
falou que estava obrigado a cumprir o que havia prometido, a menos que a própria
Cecília o rejeitasse... Enquanto isso não ocorresse se sentiria um “homem
desleal” no caso de amar outra mulher.
Ao seu modo, Isabel compreendia a situação do amado... Ela se
identificava como “aquela que ama sem ter esperança”, e mais, ao conhecer o
“compromisso moral” de Álvaro, seu sentimento se tornava um martírio para o
amado... Concluiu que só a morte poderia libertar o coração de um “primeiro e
santo amor”. O rapaz pediu a ela que não pensasse daquela forma e disse que
aquela loucura que acabara anunciar poderia ser justificada pela desonra...
Após breve reflexão, Isabel respondeu que a felicidade da pessoa amada
também justificaria um ato extremo como a morte... Evidentemente Álvaro ficou
sem entender o que ela quis dizer... A moça explicou que reconhecer-se como a
razão do sofrimento da pessoa amada pode levar-nos à anulação da própria vida
para permitir que o amado se realize... Disse isso e destacou que passava a ter
medo de ser amada...
Álvaro tomou-lhe as
mãos e suplicou-lhe que, se era fato que nutria afeição por ele, não desejava
que ela o recusasse. Pediu-lhe com sinceridade que eliminasse aqueles
pensamentos negativos de suas reflexões... Isabel se emocionou com as palavras
do amado, e ponderou dizendo que a vida que ele pedia para conservar era a que
ele mesmo desprezava... Arrematou essa consideração com uma ousada proposta: se
ele aceitasse a sua vida como propriedade não haveria motivos para
suplicar-lhe.
O cavalheiro retirou-se da sala, mas não sem
dizer “sim”, aceitando a sugestão da amada.
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Leia: O guarani. Editora Ática.
Um abraço,
Prof.Gilberto
quinta-feira, 26 de setembro de 2013
“O Guarani”, de José de Alencar – trégua não negociada; mudanças nos humores da casa após o início dos ataques; dedicação de d. Mariz; devotamento de Peri; recolhimento de Cecília; orações de d. Lauriana; vigilância de Aires Gomes; riscos assumidos por Isabel
Talvez seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2013/09/o-guarani-de-jose-de-alencar-misteriosa.html
antes de ler esta postagem:
Os aimoré chegaram e seus ataques foram incessantes... Nuvens de flechas passavam desde a sua posição (do lado de onde estava a escadaria) até o casarão. Os aventureiros se retiraram ao ambiente ao qual estavam acostumados a se acomodarem. Pode-se dizer que entre eles e d. Mariz, e os de sua parte, houve uma espécie de trégua não negociada, pois todos passaram a combater o feroz inimigo comum.
Os aimoré chegaram e seus ataques foram incessantes... Nuvens de flechas passavam desde a sua posição (do lado de onde estava a escadaria) até o casarão. Os aventureiros se retiraram ao ambiente ao qual estavam acostumados a se acomodarem. Pode-se dizer que entre eles e d. Mariz, e os de sua parte, houve uma espécie de trégua não negociada, pois todos passaram a combater o feroz inimigo comum.
(...)
Dois
dias se passaram e no casarão se instalou toda a família... Na sequência vamos
observar um pouco dos procedimentos de cada um durante as horas de desespero.
(...)
O ambiente havia se transformado
completamente. A vivacidade deu lugar à tensão e à tristeza... Cecília, por
exemplo, teve de abandonar o seu quarto aconchegante (o aposento tornou-se
lugar dos “recursos bélicos” de Peri). As janelas da casa permaneciam
fechadas...
D.
Mariz se esmerava na defesa daqueles que mais amava na vida. Esperava garantir
que nada de muito pior do que já vinha ocorrendo acontecesse aos seus... Contava mesmo ser o último
a morrer para assegurar o respeito aos entes queridos.
À
noite via-se o fidalgo exausto por ter passado horas combatendo aos aimoré.
Sentado na cadeira de espaldar não conseguia dormir, pois sua atenção
voltava-se constantemente à melancólica sala... Refletia sobre o futuro sem
esperança de reverter a situação. Observava Cecília acomodada no sofá e a
menina lhe parecia completamente modificada, como que desfalecida. Dos
descorados lábios da donzela notava o murmúrio de preces... De joelhos, próximo
a ela, estava Peri sempre a zelar por sua segurança.
O
índio não a deixava de modo algum. E durante aqueles dois dias de lutas ele
enfrentou as mais complexas situações que colocaram em risco a sua vida...
Assim havia sido quando se lançou contra um selvagem que, aos gritos, trazia
pânico à sua senhora... Também quando a menina mostrou-se amuada e recusando
alimentação, Peri retirou-se da casa, enfrentou as flechas lançadas pelos
inimigos e penetrou a floresta unicamente para conseguir algum “fruto delicado,
um favo de mel envolto em flores”... A tanta extravagância ele se dispunha para
amenizar o sofrimento de Cecília, que ela se viu obrigada a proibi-lo de sair
de perto...
Apesar
de muito debilitada, ela percebia que o amigo corria riscos demais. Certamente
não suportaria perdê-lo... Além disso, entendia que se houvesse alguma chance
contra os invasores, ela só poderia se concretizar com as inteligentes
iniciativas de Peri... Tudo isso à parte, garantir que ele sobrevivesse era
apenas uma forma de retribuir toda bondade que ele sempre dedicou a ela.
Isabel
permanecia próxima à janela... Ela abriu uma pequena fresta e por ali observava
as manobras de defesa do casarão. É claro que só tinha olhos para Álvaro e era
com ele que se preocupava. A moça corria um sério risco ao permanecer junto à
fresta, que se tornava alvo das flechas aimoré, mas sua aflição em relação aos
perigos que o amado corria era muito maior... Apavorava-se ao notar as setas que
passavam próximas ao rapaz. O seu desejo era ampará-lo, morrer em seu lugar, ou
com ele...
D.
Lauriana passava boa parte das horas a rezar. Por aqueles dias revelou toda a
sua nobreza e coragem... Com muita calma, e animada por sua fé, contribuía
encorajando as meninas, providenciando socorro aos feridos e dirigindo a casa.
Aires Gomes mantinha-se à porta do gabinete. Ali
se posicionou desde que tivera a conversa à parte com d. Mariz. O escudeiro
dormia em pé, mas o menor movimento no ambiente o despertava. Ele mantinha a
mão sobre o fecho da porta e a arma em punho pronta para a ação... Só se
retirava quando o fidalgo se sentava na cadeira junto à porta...
Continua em http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2013/09/o-guarani-de-jose-de-alencar-momentos.html
Leia: O guarani. Editora Ática.
Um abraço,
Prof.Gilberto
quarta-feira, 25 de setembro de 2013
“O Guarani”, de José de Alencar – misteriosa conversa entre d. Mariz e Aires Gomes; quatro aventureiros pedem perdão; d. Lauriana e as meninas oram; combate desigual, Loredano conta com mais aliados; o assalto ao casarão foi adiado, os aimoré chegam apavorando e ferindo de morte a um dos rebeldes
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antes de ler esta postagem:
D. Mariz caminhou sossegadamente entre os aventureiros rebelados e dirigiu-se à saída. Ali proferiu outra ameaça manifestando que se algum daqueles homens descumprisse as suas ordens não sairia dali com vida... Nesse mesmo instante apareceu Álvaro querendo saber, entre aqueles tipos, quem ousava desafiar d. Mariz... Mas o fidalgo solicitou ao jovem que não se ocupasse daquele entrevero por se tratar de um nobre e que, além disso, ele mesmo, sendo de superior estirpe, jamais se ofenderia por atos injuriosos que partissem daqueles canalhas... Disparou que ali havia culpados e executores, e que o ambiente não era digno da presença de cavalheiros.
Os dois seguiram para a sala da casa. D. Antônio, porém, retirou-se ao gabinete reservadamente com o seu escudeiro. Ali conversaram por cerca de meia hora, e ninguém soube do que falaram... É certo que, quando a porta se abriu, Álvaro viu o fidalgo pensativo, e Aires Gomes “lívido como um morto”.
Peri instalou-se no jardim e preparou-se para defender a sua senhora...
Quatro dos aventureiros que estiveram presentes no episódio em que os subordinados investiram contra d. Mariz no alpendre, chegaram à entrada da sala... O fidalgo pediu que eles se aproximassem... Os tipos choravam e estavam visivelmente arrependidos. Estavam se entregando e explicaram que os demais se preparavam para atacá-lo. Disseram que resolveram chegar até o patrão porque estavam dispostos a lutar junto a ele e que, embora fossem merecedores de punição, esperavam a graça de morrer em sua defesa... Os quatro se ajoelharam e d. Antônio viu naquele gesto similaridade aos de antigos companheiros de armas em Portugal. Então ele pediu aos aventureiros que se levantassem, pois os perdoava e não mais seriam vistos como traidores.
D. Mariz caminhou sossegadamente entre os aventureiros rebelados e dirigiu-se à saída. Ali proferiu outra ameaça manifestando que se algum daqueles homens descumprisse as suas ordens não sairia dali com vida... Nesse mesmo instante apareceu Álvaro querendo saber, entre aqueles tipos, quem ousava desafiar d. Mariz... Mas o fidalgo solicitou ao jovem que não se ocupasse daquele entrevero por se tratar de um nobre e que, além disso, ele mesmo, sendo de superior estirpe, jamais se ofenderia por atos injuriosos que partissem daqueles canalhas... Disparou que ali havia culpados e executores, e que o ambiente não era digno da presença de cavalheiros.
Os dois seguiram para a sala da casa. D. Antônio, porém, retirou-se ao gabinete reservadamente com o seu escudeiro. Ali conversaram por cerca de meia hora, e ninguém soube do que falaram... É certo que, quando a porta se abriu, Álvaro viu o fidalgo pensativo, e Aires Gomes “lívido como um morto”.
Peri instalou-se no jardim e preparou-se para defender a sua senhora...
Quatro dos aventureiros que estiveram presentes no episódio em que os subordinados investiram contra d. Mariz no alpendre, chegaram à entrada da sala... O fidalgo pediu que eles se aproximassem... Os tipos choravam e estavam visivelmente arrependidos. Estavam se entregando e explicaram que os demais se preparavam para atacá-lo. Disseram que resolveram chegar até o patrão porque estavam dispostos a lutar junto a ele e que, embora fossem merecedores de punição, esperavam a graça de morrer em sua defesa... Os quatro se ajoelharam e d. Antônio viu naquele gesto similaridade aos de antigos companheiros de armas em Portugal. Então ele pediu aos aventureiros que se levantassem, pois os perdoava e não mais seriam vistos como traidores.
(...)
Logo que d. Antônio e Álvaro deixaram o alpendre, Loredano posicionou-se
altivamente... Levantou-se da queda imposta por d. Mariz e voltou a inflamar o
ódio dos demais aventureiros sempre envolvendo o nome de Peri e o fanatismo que
a família nutria por ele.
(...)
Depois que amanheceu, Peri avistou o cadáver de Rui
Soeiro... E foi para que a sua senhora não sofresse com a triste cena que ele
resolveu levá-lo ao pátio. Então os insubordinados se tornaram ainda mais
indignados e desejosos de vingança... Apenas os quatro que se apresentaram a d.
Mariz rejeitaram participar da sedição... João Feio se dispôs a anunciar ao
patrão a condição beligerante dos companheiros. Talvez eles esperassem que o
fidalgo lhes entregasse Peri, porém ele disse ao porta-voz dos rebeldes que não
discutia condições com condenados.
D. Antônio organizou a defesa contra os bandidos. Ao todo contava quatorze
combatentes: ele próprio, Álvaro, Peri, Aires Gomes, mestre Nunes e seus
companheiros, além dos quatro perdoados... O pessoal de Loredano somava mais de
vinte.
Via-se que o combate seria difícil para d. Mariz e os seus... D.
Lauriana e as meninas retiraram-se para as orações junto ao oratório... Elas
podiam sentir que a situação era das mais desesperadoras, pois os movimentos de
Loredano e de seus homens eram percebidos na casa... Eles se dirigiam contra a
casa dispostos a um violento assalto.
Enquanto os tipos seguiam em sua marcha, um “som rouco” como o de um
trovão ecoou da floresta... Peri dirigiu-se à beira da esplanada esperando pelo
pior... Eram os aimoré que chegavam para o ataque... A uma não tão grande distância
seus guerreiros podiam ser notados... E a luz do sol que nascia fazia brilhar
as cores vivas de seus armamentos...
O texto apresenta um quadro assustador: “homens quase nus, de estatura
gigantesca e aspecto feroz; cobertos de peles de animais e penas amarelas e
escarlates, armados de grossas clavas e arcos enormes, avançavam soltando
gritos medonhos”.
Também os rebeldes aventureiros perceberam a
chegada dos selvagens, já que o primeiro a tombar traspassado por uma flecha
foi um deles que estava em meio à marcha contra o casarão. Assustados, os
demais tiveram de retroceder.
Continua em http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2013/09/o-guarani-de-jose-de-alencar-tregua-nao.html
Leia: O guarani. Editora Ática.
Um abraço,
Prof.Gilberto
terça-feira, 24 de setembro de 2013
“O Guarani”, de José de Alencar – Aires Gomes ouviu a trama dos aventureiros; conseguiu sair de seu aposento e falou sobre a sedição a d. Mariz; Loredano tomou a frente no ataque ao fidalgo e se deu mal
Talvez seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2013/09/o-guarani-de-jose-de-alencar-peri_24.html
antes de ler esta postagem:
Peri entendeu que era momento de esclarecer d. Antônio sobre tudo o que havia ocorrido e se dirigiu até ele. Sabemos também que enquanto os aventureiros protestavam, inflamados por Loredano, sobre a sua condição na propriedade do Paquequer, o fidalgo apareceu entre eles...
Peri entendeu que era momento de esclarecer d. Antônio sobre tudo o que havia ocorrido e se dirigiu até ele. Sabemos também que enquanto os aventureiros protestavam, inflamados por Loredano, sobre a sua condição na propriedade do Paquequer, o fidalgo apareceu entre eles...
(...)
D. Mariz ficou a par dos episódios graças aos esclarecimentos prestados
por Peri... Ele conseguiu alinhavar outras informações que lhe foram passadas
por Álvaro e também por Aires Gomes...
O escudeiro dormiu depois
da conversa regada a vinho com o mestre Nunes... Ele foi despertado pela
movimentação e gritaria dos aventureiros que se levantaram por causa da
inundação... Então constatou que a porta de seu aposento estava trancada por
fora. Despertou Nunes para saber se ele conhecia as razões daquilo. De repente
ouviram a voz de Loredano e entenderam que o bandido devia estar por trás da
trama... Foi com a ajuda de mestre Nunes que Aires Gomes conseguiu subir ao
telhado e, de lá, dirigir-se até d. Antônio para comunicar-lhe sobre a
insurgência.
O fidalgo relacionou as denúncias que ouviu de Peri
com as de seu escudeiro. Comunicou-lhes que iria ter com os aventureiros para
resolver pessoalmente, e sem perturbar o sossego da casa. Solicitou que o
aguardassem. Álvaro, que quis segui-lo, foi impedido com a argumentação de que
a presença dos três era necessária ali para garantir a proteção das mulheres.
(...)
D. Antônio quis saber dos aventureiros o que pretendiam dele e garantiu
que se fosse “de justiça” iria satisfazê-los, mas se estivessem em alguma
“falta” seriam punidos... Aconteceu que ninguém teve coragem de se
pronunciar... O patrão perguntou se não estavam tramando algo que escondiam
dele... Então Loredano se adiantou aos demais para se pronunciar em nome de todos...
Ele disse que ali eram tratados como cães, que estavam sendo sacrificados um a
um e que, por isso, reivindicavam “os seus foros de homens e cristãos”. Ao
dizer isso, recebeu o apoio dos demais, que disseram que não eram escravos e
que valiam mais do que um herege... O fidalgo ouviu pacientemente, mas quando a
gritaria aumentou, exigiu silêncio, chamou-os de vilões e, na sequência, de
traidores infames.
Obviamente os aventureiros se irritaram com as palavras
de d. Mariz... Loredano aproveitou o momento para gritar e invocá-los à ação...
Perguntou-lhes se aceitariam os insultos e o desprezo... Em resposta eles
também gritaram que “não”, empunharam os seus punhais, cercaram o fidalgo e o
ameaçaram... D. Antônio permaneceu altivo e, em vez de ameaçado, parecia “senhor
da situação”.
Assim ficaram por um bom tempo porque os aventureiros não ousaram investir
sobre d. Antônio... É certo que, se alguém desse início ao massacre, os demais
avançariam. Loredano notou que a situação permaneceria indefinida se ele mesmo
não partisse para cima de seu rival... Então, com a mão firme em seu punhal,
aprontou-se para o golpe. D. Antônio “com um gesto nobre” desvencilhou-se
enquanto dominava a cabeça do italiano com a mão fechada. O bandido ficou com
os dedos paralisados e recebeu um golpe na fronte... O fidalgo derrubou-o com a
ponta do pé.
Os demais aventureiros ficaram como que congelados e ouviram d. Antônio
exigir que baixassem as armas... Ele proclamou que sua vida honrada chegaria ao
fim apenas por “morte justa e gloriosa” reservada por Deus... Os tipos
retrocederam e recolheram os punhais... Enquanto isso o inclemente d. Mariz
anunciava que os castigaria rigorosamente... Quatro dentre eles seriam executados pelos
demais... Na sequência apontou para o Loredano estirado ao chão e explicou que
depois de uma hora ele seria executado à frente de todos. Ele morreria como o
cão “sentenciado pelo seu dono”... O italiano seria entregue ao “baraço (a
corda destinada aos que são condenados à forca) e ao cutelo”...
Continua em http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2013/09/o-guarani-de-jose-de-alencar-misteriosa.html
Leia: O guarani. Editora Ática.
Um abraço,
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