sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Filme: Quanto Vale ou é por Quilo? - início em que se apresenta o drama de Joana Maria da Conceição em 1799; instrumentos de tortura para o suplício de escravos

Talvez seja interessante retomar http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2012/08/filme-quanto-vale-ou-e-por-quilo.html antes de ler esta postagem:

O filme se inicia com a captura do escravo Antônio, que pertencia a Joana Maria da Conceição... Isso ocorreu na madrugada de 13 de outubro de 1799... Naquele tempo o Brasil era Vice-Reino de Portugal.
Vemos a mulher gritando com aos homens da expedição encomendada de capitães do mato. Mas eles o levam mata adentro. Ela pede desesperadamente que o larguem. Diz que eles não podem entrar em sua propriedade e nem capturar o seu escravo. Eles nada dizem.
Aqueles homens estavam capturando escravos em residências da área rural... Maria da Conceição ficou indignada e reuniu o pessoal de sua pequena chácara, pegou seus documentos e seguiu para onde o escravo foi levado. Percorreu mata atrás dos capitães.
Joana é descrita como uma mulher forte, negra que após a alforria acumulou recursos e comprou escravos... O episódio marcava o roubo de um deles. Mas ela acreditava na Justiça e na capacidade de seu grupo, então estava decidida a enfrentar o mandante da expedição. Chegaram à casa de Manoel Fernandes, onde os capitães estavam entregando os escravos... Joana gritou assim que o homem saiu da casa. Disse que aquilo era uma injustiça, pois o escravo era dela. Comprovava com os documentos que trazia... Chamou o homem de ladrão. Ele partiu para cima dela e ordenou que fosse embora dali.
Joana argumentava, mostrava não temer a violência aplicada contra ela. Dizia que defenderia seus direitos legitimados nos papéis, eles eram a única violência que usava. Gritava que o homem é um ladrão... Chamou-o de “branco ladrão”.
(...)
O narrador diz, reproduzindo sentença do juiz, que a lei vigente condenava “qualquer tipo de comportamento que perturbasse a paz social”. Joana, então, foi considerada culpada por “perturbação da ordem em área residencial e por ofensas morais e raciais ao senhor Manoel Fernandes, branco, casado”... Ela seria recolhida à prisão, ou poderia pagar fiança de 15 mil réis.
As informações do parágrafo anterior foram extraídas do Arquivo Nacional, papéis do ano de 1799, Rio de Janeiro, Vice-Reinado, Caixa 490.
Na sequência assistimos as cenas em que vemos negros sendo torturados com a utilização de aparelhos diversos. Certamente Joana deve ter passado por um ou mais desses suplícios.
O narrador segue explicando:
Máscara de folha de flandres (instrumento de ferro). Um cadeado posicionado atrás da cabeça do sentenciado a fechava... A parte da frente apresentava buracos para que o condenado pudesse enxergar e respirar... A máscara evitava o vício do álcool. Permanecendo sóbrios, os escravos “não teriam a tentação de furtar”. Muitos proprietários aplicaram este castigo aos seus escravos.
O tronco (mãos e pescoço presos) era indicado aos escravos que insistiam em fugir. As duas metades do tronco eram abertas, os pulsos e o pescoço do escravo eram presos após o travamento das duas partes. Esse instrumento “estimulava a humildade e a subserviência”, uma vez que o escravo ficava imobilizado, impotente aos ataques de moscas, e em condições impróprias para satisfazer suas necessidades fisiológicas. Muitos proprietários aplicaram este castigo aos seus escravos. 
Indicação (14 anos)
Um abraço,
Prof.Gilberto

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