quinta-feira, 5 de abril de 2012

Considerações sobre a Contrarreforma

Um texto para a continuação do tema proposto em http://aulasprofgilberto.blogspot.com.br/2011/03/consideracoes-sobre-lutero-e-reforma.html:


SOBRE A CONTRARREFORMA
Podemos entender a Contra Reforma, também chamada de Reforma Católica, como uma tentativa da Igreja de Roma de mudar a situação provocada pelas novas ideias religiosas que apareceram. Foram várias medidas que visaram a uma reconquista do poder e dos seguidores perdidos. 

Um concílio é uma reunião de líderes da Igreja Católica (o papa, bispos, arcebispos, doutores da Igreja para assuntos da Doutrina...). Podem ocorrer também Concílios Ecumênicos, reunindo membros de outras religiões. Num concílio Católico são discutidos diversos assuntos referentes à religião e à Igreja Católica especificamente. De tempos em tempos são realizados concílios de acordo com as necessidades da Igreja. Como podemos perceber, aquela época foi uma dessas ocasiões. Então, uma das medidas tomadas pela Igreja foi a organização do Concílio de Trento.
O concílio realizado na cidade italiana de Trento entre 1545 e 1563 não ocorreu ininterruptamente. Os participantes discutiram as transformações religiosas que aconteciam e os prejuízos que a Igreja Católica estava enfrentando. Em Trento os dogmas católicos foram reafirmados. Isso quer dizer que os doutores da Igreja não admitiam as afirmações dos protestantes contra a transubstanciação ou ao culto aos santos, por exemplo. Esse concílio reorganizou a Inquisição nas sociedades católicas. Devemos saber que este tribunal julgava os diversos crimes contra a religião (Católica, é claro). Eram condenados os autores de novas idéias, os acusados de pacto com o demônio, de serem feiticeiros ou bruxas. Muitas vezes o condenado não tinha nada a ver com feitiçaria (foi o caso de muitos cientistas), mas eram condenados como tais. A punição, normalmente, era a morte na fogueira.
O governo de Portugal, aliado da Igreja Católica, enviou várias missões do Santo Inquérito para o Brasil. Muitos sofriam condenações por serem descendentes dos judeus (é claro que antes de morrerem na fogueira perdiam os seus bens para o governo). O Concílio de Trento criou o Index – uma relação de livros proibidos por inspirarem a descrença na Igreja Católica. E ainda reafirmou o Purgatório, um “lugar” onde as almas ficam purgando (se purificando). Na condição de Purgatório, a alma teria uma possibilidade de salvação, graças à Misericórdia de Deus... Para muitos, ele significou “mais uma chance” de (ainda) irem para o “Céu” mesmo carregando alguns pecados após a morte.
O Concílio de Trento inspirou o reconhecimento de Ordens Religiosas mais comprometidas em passar uma nova imagem da Igreja Católica e de seus padres. Esse foi o caso da Companhia de Jesus (dos jesuítas), fundada em 1534 por Inácio de Loiola. Os padres dessa Ordem dedicaram-se a combater o protestantismo e a trabalhar na educação de jovens. Os jesuítas perceberam a importância do trabalho em Educação. Eles apresentaram-se comprometidos com uma nova imagem dos padres. Em sua Ordem todos tinham atividades ligadas ao trabalho, cultuavam a simplicidade e procuravam viver mais próximos dos mais pobres.
A Ordem dos Jesuítas dedicou-se ao trabalho de Catequese dos nativos (os índios) das colônias europeias, sobretudo nas colônias de Portugal (o Brasil) e de Espanha. Famosas são as atividades de Manuel da Nóbrega, José de Anchieta e de Antônio Vieira (na representação). Dos núcleos de suas atividades no Novo Mundo originaram-se cidades (foi o caso de São Paulo). Os jesuítas fundaram várias missões (onde ocorria a proteção aos índios), mas em vários casos os padres facilitaram a exploração dos índios pelos europeus. Houve casos em que defenderam a liberdade dos índios, mas acabaram facilitando a exploração dos africanos.
Um abraço,
Prof.Gilberto

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