SOBRE
A CONTRARREFORMA
Podemos entender a Contra Reforma, também chamada
de Reforma Católica, como uma tentativa da Igreja de Roma de mudar a
situação provocada pelas novas ideias religiosas que apareceram. Foram várias medidas que visaram a uma reconquista do poder e dos
seguidores perdidos.
Um concílio é uma reunião
de líderes da Igreja Católica (o papa, bispos, arcebispos, doutores da Igreja
para assuntos da Doutrina...). Podem ocorrer também Concílios Ecumênicos,
reunindo membros de outras religiões. Num concílio Católico são discutidos
diversos assuntos referentes à religião e à Igreja Católica especificamente. De
tempos em tempos são realizados concílios de acordo com as necessidades da
Igreja. Como podemos perceber, aquela época foi uma dessas ocasiões. Então, uma
das medidas tomadas pela Igreja foi a organização do Concílio de Trento.
O concílio realizado na cidade
italiana de Trento entre 1545 e 1563 não ocorreu ininterruptamente. Os
participantes discutiram as transformações religiosas que aconteciam e os
prejuízos que a Igreja Católica estava enfrentando. Em Trento os dogmas
católicos foram reafirmados. Isso quer dizer que os doutores da Igreja não
admitiam as afirmações dos protestantes contra a transubstanciação ou ao culto
aos santos, por exemplo.
Esse concílio reorganizou a Inquisição nas sociedades católicas. Devemos saber
que este tribunal julgava os diversos crimes contra a religião (Católica, é
claro). Eram condenados os autores de novas idéias, os acusados de pacto com o
demônio, de serem feiticeiros ou bruxas. Muitas vezes o condenado não tinha
nada a ver com feitiçaria (foi o caso de muitos cientistas), mas eram
condenados como tais. A punição, normalmente, era a morte na fogueira.
O governo de Portugal, aliado da Igreja Católica, enviou várias missões
do Santo Inquérito para o Brasil. Muitos sofriam condenações por serem
descendentes dos judeus (é claro que antes de morrerem na fogueira perdiam os
seus bens para o governo). O Concílio de Trento criou o Index – uma relação de
livros proibidos por inspirarem a descrença na Igreja Católica. E ainda
reafirmou o Purgatório, um “lugar” onde as almas ficam purgando (se
purificando). Na condição de Purgatório, a alma teria uma possibilidade de
salvação, graças à Misericórdia de Deus... Para muitos, ele significou “mais uma chance” de (ainda) irem para
o “Céu” mesmo carregando alguns pecados após a morte.
O Concílio de Trento
inspirou o reconhecimento de Ordens Religiosas mais comprometidas em passar uma
nova imagem da Igreja Católica e de seus padres. Esse foi o caso da Companhia
de Jesus (dos jesuítas), fundada em 1534 por Inácio de Loiola. Os padres dessa
Ordem dedicaram-se a combater o protestantismo e a trabalhar na educação de
jovens. Os jesuítas perceberam a importância do trabalho em Educação. Eles
apresentaram-se comprometidos com uma nova imagem dos padres. Em sua Ordem
todos tinham atividades ligadas ao trabalho, cultuavam a simplicidade e
procuravam viver mais próximos dos mais pobres.
A Ordem
dos Jesuítas dedicou-se ao trabalho de Catequese dos nativos (os índios) das colônias europeias,
sobretudo nas colônias de Portugal (o Brasil) e de Espanha. Famosas são as
atividades de Manuel da Nóbrega, José de Anchieta e de Antônio Vieira (na representação). Dos
núcleos de suas atividades no Novo Mundo originaram-se cidades (foi o caso de
São Paulo). Os jesuítas fundaram várias missões (onde ocorria a proteção aos
índios), mas em vários casos os padres facilitaram a exploração dos índios
pelos europeus. Houve casos em que defenderam a liberdade dos índios, mas
acabaram facilitando a exploração dos africanos.
Um abraço,
Prof.Gilberto