“Quando da chegada dos espanhóis à América, estes encontraram uma grande heterogeneidade etnográfica com os mais diferenciados graus de organização social, política e cultural. Em relação aos maias, incas e astecas, atualmente está fora de dúvidas o nível de desenvolvimento alcançado por essas sociedades. Os próprios cronistas hispânicos, horrorizados com a idolatria, os sacrifícios humanos e a sodomia, elogiaram a ordem, a disciplina, a religiosidade, a educação dos jovens, a sabedoria dos legisladores, a limpeza das cidades, as construções, o comércio, a vida urbana tão boa ou melhor que na Espanha. Tenochtitlan tinha, em 1519, segundo estimativas modernas, entre 250 mil e 300 mil habitantes, e Las Casas lhe atribuiu 50 mil casas construídas. Nem Paris, Nápoles, Milão ou Veneza tinham essa população. Sevilha, a maior cidade da Espanha, só tinha 120 mil habitantes. Isso é suficiente para mostrar que se tratava de sociedades complexas, para não citar as realizações arquitetônicas, artísticas e científicas.”
BRUIT, Héctor Hernan. Bartolomé de las Casas e a simulação dos vencidos. Campinas: Editora da Unicamp; São Paulo: Iluminuras, 1995. P. 43.
Um abraço,
Prof.Gilberto